Após mais de 30 anos, erros técnicos, mudança de traçado, escândalos de corrupção e muitas inaugurações parciais, a obra Norte-Sul foi concluída pela empresa que trabalha no trecho central. Trata-se de uma ferrovia que promete melhorar o transporte de cargas brasileiro.
Empreendimento começou na década de 80
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na inauguração no dia 16 de junho no terminal de Rio Verde (GO) da empresa Rumo, concessionária da Ferrovia Norte-Sul.
O evento marcou a conclusão das obras da ligação ferroviária, tida como a espinha dorsal do sistema brasileiro de transporte sobre trilhos, visto que conecta os portos de Itaqui, no Maranhão, ao de Santos, em São Paulo. A construção começou ainda na segunda metade da década de 80 e, ao todo, a ferrovia completa tem 2.257 quilômetros (km) e atravessa quatro regiões.
Lula na inauguração da ferrovia norte-sul. (Vídeo: reprodução/Youtube/Canal Gov)
Segundo o governo federal, a conclusão da obra permitirá que três estados com forte produção de obra-prima, tais como algodão, soja e milho, possam sair pelo mar. Além disso, Minas Gerais e Mato Grosso ganharão competitividade quando decidirem exportar seus produtos, tanto pelo litoral da região Sudeste quanto pelo Norte do país. Isso trará desenvolvimento e geração de emprego para todo o corredor logístico.
Potencial ferroviário
Conforme informações da agência Brasil, embora o modal ferroviário tenha, sim, recebido investimentos nos últimos anos, contia essa que soma mais de 141,9 bilhões de reais, segundo a Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF), o segmento continua representando cerca de 21,5% do transporte de carga brasileiro, o que é inferior a países continentais como Canadá (34%), Austrália (55%), Estados Unidos (27%) e Rússia (81%).
Ainda de acordo com a ANTF, em 2021 mais de 93% do minério de ferro exportado chegou aos portos brasileiros por trilhos. O modo ferroviário responde pelo transporte de mais de 49% dos granéis sólidos agrícolas exportados e, no caso do açúcar, esse índice é de quase 53%. No transporte de milho, a ferrovia escoa 58% da produção, e no complexo de soja (soja e farelo) as ferrovias transportaram mais de 46% do volume exportado.
Foto destaque: Ferrovia Norte-Sul. Reprodução: Agência Brasil/Beth Santos/Secretaria Geral do PR