Em meio ao discurso homofóbico do pastor André Valadão no último domingo (02), o senador Fabiano Contarato veio a público para informar que irá atuar, juntamente ao Ministério Público, como representante na acusação contra o religioso.
Denunciado pela deputada Erika Hilton, Valadão realizava um culto na Igreja da Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos, quando se mostrou contra o casamento homoafetivo e deu a entender que os religiosos deveriam matar membros da comunidade LGBTQIA+.
“Aí Deus fala: ‘Não posso mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, agora está com vocês”, afirmou André Valadão aos evangélicos.
As falas preconceituosas do pastor não somente chegaram aos olhos dos brasileiros - por meio de uma transmissão feita pelo canal da instituição no YouTube -, como geraram reação de Fabiano Contarato, primeiro senador abertamente gay do Brasil.
Através de suas redes sociais, Contarato expos indignação quanto ao discurso de Valadão, afirmando que “por tudo que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão”.
O senador ainda completou informando que irá representar criminalmente contra o pastor e fará ele responder “por manipular a fé e incitar a violência”.
Após a repercussão do caso, nesta segunda-feira (03) o líder religioso se pronunciou por meio do Instagram. Valadão afirmou não se referir propriamente a matar pessoas LGBTQIA+, mas sim a mudá-las. Ele ainda acusou as leis e a mídia de censura por, segundo ele, perseguir a fé de um “cristão genuíno”.
“Nunca será sobre matar, segregar, mas sim sobre resetar”, explicitou o pastor.
Pronunciamento de André Valadão. (Vídeo: Reprodução/Instagram).
Entretanto, esta não foi a única vez em que André Valadão realizou ataques homofóbicos. No dia 4 de junho, o líder da Igreja da Lagoinha realizou uma postagem no Instagram, na qual dizia que o mês de junho – responsável por celebrar o orgulho gay – seria o que “Deus mais repudia na humanidade”.
Após as todas as falas, a deputada Erika Hilton não somente afirmou que o pastor não deve ficar impune por pregar a violência e intolerância, como solicitou sua prisão ao Ministério Público de Minas Gerais
Foto destaque: Fabiano Contarato e André Valadão. Reprodução/Uol e Instagram.