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Anestesista preso por estupro terá material biológico analisado pela polícia, além do depoimento do marido da vítima

O médico anestesista terá a analise do seu material biológico descartado, a equipe de enfermagem entregou a gaze usada para limpar a vítima. O marido da paciente relata estar com muita raiva.

12 Jul 2022 - 14h43 | Atualizado em 12 Jul 2022 - 14h43
Anestesista preso por estupro terá material biológico analisado pela polícia, além do depoimento do marido da vítima  Lorena Bueri

Médico anestesista que foi preso em flagrante na madrugada dessa segunda (11), terá material biológico analisado pela polícia, para compor outra prova na investigação. O marido da vítima alega que o médico pediu para que ele saísse da sala antes mesmo da finalização do parto.

Giovanni Quintella Bezerra foi filmado inserindo o pênis na boca de uma paciente que estava passando por um parto cirúrgico. A equipe de enfermeiros e técnicos estranhavam a forma com que o anestesista se colocava nas cirurgias, pelo jeito que cobria os rostos das mulheres e devido ao tanto de sedativo administrado nas mesmas. Antes de conseguirem gravar, passaram por mais duas cirurgias, até na terceira, a sala ser viável para a gravação.


Parte do vídeo filmado pela equipe de enfermagem. (Foto: reprodução/Tv Globo)


Além da prova visível (o vídeo), a equipe de enfermagem coletou um gaze que continha o material biológico do médico, o qual foi descartado por ele após limpar o rosto e pescoço da paciente, onde teria ejaculado e entregaram à polícia. A delegada Bárbara Lomba comentou sobre o trabalho da enfermagem, “A mesma equipe de enfermagem, que fez um trabalho brilhante, digno de todos os elogios, também recolheu frascos de substâncias que foram ministrados à vítima”. A polícia também tem posse dos sedativos administrados pelo anestesista.

Em depoimento, os enfermeiros disseram que Giovanni montava uma espécie de “cabana” que impedia a visão do resto da equipe sobre o rosto da mulher. “Giovanni ficava sempre à frente do pescoço e da cabeça da paciente, obstruindo o campo de visão de qualquer pessoa”, mencionou uma profissional à polícia, que também contou no depoimento que o médico sedava “de maneira demasiada” e que “as pacientes nem sequer conseguiam segurar os seus bebês”.

No vídeo que Giovanni foi autuado em flagrante, a paciente estava na maca, deitada e inconsciente. A menos um metro de distância dos colegas de trabalho, separados pelo tecido, o médico comete o estupro. Segundo relato de uma enfermeira: “pelo movimento e pela curvatura do braço, pareceu que estava segurando a cabeça da paciente em direção à sua região pélvica”.

O marido da vítima se pronunciou, contou que antes mesmo de seu filho nascer, foi retirado do centro cirúrgico por Giovanni. “O rapaz que dá anestesia mandou eu sair na metade. Eu não tinha visto nem a criança e minha esposa já tinha dormido”, relatou o homem na delegacia. De acordo com o mesmo, ele reconheceu o médico e o caso na televisão: “Quando eu bati de frente na televisão era ele. Já com esse caso. Muita raiva. A gente tá ali confiando nos médicos e acontece uma coisa dessas”.

A polícia investiga a possibilidade de outras vítimas, entretanto, uma mulher se pronunciou e foi atrás da justiça. A mãe de uma paciente que havia acabado de dar à luz, conta que sua filha chegou no quarto com o rosto e pescoço sujo, mencionado que achava ter alucinado com a violação. Após ficar sabendo do caso flagrado, resolveu contar sobre, dizendo “Quero justiça. Minha filha tá com depressão pelo que ela passou lá dentro. Ela falou: ‘mãe eu acho que tive uma alucinação, não é possível’. Ela veio para mim no quarto e ficou dormindo o dia todo, não entendi porque ela estava toda mole”.


Giovanni sendo levo do hospital após prisão. (foto: Reprodução/Metrópole)


A prisão foi efetuada pela delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de atendimento à Mulher de São João de Meriti. A defesa do estuprador se posicionou em nota.

“A defesa alega que ainda não obteve acesso na íntegra aos depoimentos e elementos de provas que foram produzidas durante a lavratura do auto de prisão em flagrante. A defesa informa também que após ter acesso a sua integralidade, se manifestará sobre a acusação realizada em desfavor do anestesista Giovanni Quintella”, parte da nota de defesa.

 

Foto Destaque: Delegada Bárbara dando a voz de prisão. Reprodução/Notícias UOL

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