Um levantamento do MapBiomas divulgado nessa sexta revelou dados alarmantes sobre o desmatamento na região Amazônica. Nos últimos 37 anos a Amazônia perdeu 12% de suas florestas, o equivalente a dez vezes o estado do Rio de Janeiro.
Os dados dão conta do uso e cobertura de terra de 1985 a 2021 e demonstra a perda de 4,5 milhões de hectares. Essas terras foram convertidas para agricultura ou pastagem, que são os principais responsáveis pelo desmatamento que acontece na região. No ano passado, a agropecuária ocupava 15% do bioma.
O coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo explica que o atual modelo econômico, que ocupa descontroladamente áreas de vegetação natural , coloca em risco o Brasil diante de problemas com as mudanças climáticas.
Plantação de soja em área ilegal no Mato Grosso (Foto: Christian Braga/Greenpeace)
Dentre os nove estados que fazem parte da Amazônia Legal, o Pará foi o mais devastado, tendo 32,5% das suas terras convertidas para a agropecuária. O estado ainda possui uma estrada ilegal que atravessa áreas protegidas e ameaça a vegetação da região. Além disso, a Amazônia perdeu 14,5% de água, principalmente em Roraima. Nos últimos 25 anos a redução foi de 53%.
Outro ponto que chama a atenção é o avanço do garimpo ilegal. Em 2021, a atividade correspondia a três quartos dos hectares mapeados como mineração. De pouco mais de 217 mil hectares de área minerada dentro do bioma, 64% eram no Pará. Dentro do período analisado, 37 anos, esse também é o estado que teve a maior expansão urbana.
Apenas 54% das áreas florestais restantes estão em áreas legalmente protegidas, como Terras Indígenas e Unidades de Conservação. Além dos recordes de desmatamento, a Amazônia também vem sofrendo com queimadas, que colocam em risco suas áreas remanescentes. Só nos últimos três anos de análise (2019-2021) foi perdido quase um estado do Rio de Janeiro inteiro em vegetação nativa. A falta de proteção colocam em risco não só o bioma, mas abre precedentes para crises climáticas e colapso ambiental.
Foto Destaque: Desmatamento na Amazônia Foto: Rickey Rogers/Reuters