Cerca de 11,71 bilhões de euros (62,83 bilhões em reais) em arsenal militar foram vendidos pela Alemanha, o que equivale a mais de um terço em relação à Ucrânia. No período entre janeiro e dezembro, foram exportados 6,15 bilhões de euros em armas (R$ 33 bilhões) e 5,57 bilhões de euros em outros bens militares (R$ 29,89 bilhões). Lembrando que o recorde anterior teve o registro de 9,35 bilhões de euros (R$ 50,18 bilhões) em 2021, o aumento nas exportações foi de 25%, o que teve um crescimento de 40%, comparado ao ano passado.
Acima de um terço das remessas autorizadas neste ano foram enviadas à Ucrânia, aquisição utilizada em defesa contra a ocupação russa, rendendo o total de 4,15 bilhões de euros (R$ 22,27 bilhões). Os dados foram constatados pelo Ministério da Economia, respondendo à deputada Sevim Dağdelen, aliada de Sahra Wagenknecht.
Restrições em 2021
Ao final de 2021, quando assumiu o governo, o conflito que envolvia sociais-democratas, verdes e liberais, esteve de acordo com a restrição e regulamentação da exportação de arsenais militares. No entanto, a guerra ocorrida na Ucrânia acabou trazendo modificações na área de defesa alemã.
Em fevereiro de 2022, houve uma proibição de fornecimento de armas para o combate que ocorria, revistada pelo social-democrata Olaf Scholz.
Dez maiores números da lista de destinatários do arsenal alemão de guerra
No início da guerra na Ucrânia, foram fornecidos de 2,24 bilhões de euros para Kiev (R$ 12,02 bilhões) em armas, entre eles, artilharia pesada, sistemas de defesa aérea e tanques de combate Leopard 2.
Em seguida, os membros da Otan, Noruega teve 1,20 bilhão de euros (R$ 6,44 bilhões), a Hungria com 1,03 bilhão de euros (R$ 5,53 bilhões), o Reino Unido com 654,9 milhões de euros (R$ 3,51 bilhões), os Estados Unidos com 545,4 milhões de euros (R$ 2,93 bilhões) e a Polônia com 327,9 milhões de euros (R$ 1,76 bilhão), foram os países com maior aquisição.
Contando com 323,2 milhões de euros (R$ 1,73 bilhão), o sétimo lugar é ocupado por Israel, com aproximadamente dez vezes mais do que o valor do ano passado, o que correspondia a 32 milhões de euros de 2022 (R$ 171,73 milhões). Grande parte das mais de 200 licenças individuais foi atribuída após o ataque do Hamas a Israel em outubro, principalmente com equipamentos de comunicação e defesa aérea.
Corvetas de classe Sa'ar 6 com tecnologia de camuflagem adquiridas por Israel (Foto: reprodução/Axel Heimken/dpa/picture alliance)
Após Israel, a Coreia do Sul, único país da lista dos dez principais contemplados, conta com o valor de 256,4 milhões de euros (R$ 1,38 bilhão) em arsenais.
A menor parte dos destinatários das exportações é correspondida por países Árabes, devido aos desentendimentos dentro do acordo de governo da Alemanha, com relação aos Direitos Humanos e conflitos regionais. Os Emirados Árabes Unidos com 78,2 milhões de euros até o final do mês de novembro (R$ 419,66 milhões), no Egito 40,3 milhões (R$ 216,27 milhões), o Catar, 15,1 milhões (R$ 81,03 milhões) e a Arábia Saudita com 13,3 milhões (R$ 71,37 milhões).
O líder verde, Omid Nouripour exerceu pressão por um acordo na regulamentação de exportação, diante dos dados apresentados. "É preciso que avancemos com a lei de controle de exportação de arsenal militar", contextualizou, em entrevista concedida à agência de notícias do dpa. Em oposição, o conservador Roderich Kiesewetter, da CDU, solicitou que a coalizão revise o bloqueio da comercialização de caças Eurofighter à Arábia Saudita, alegando ser negativo para o Ocidente, caso o país fosse aliado à China.
Foto destaque: Leopard 2, adquirido pela Ucrânia (Reprodução/Terra)
