Nesta quarta-feira (28), do lado de fora da mesquita central de Estocolmo, um homem queimou e rasgou um Alcorão, evento esse que deve chamar a atenção da Turquia ao mesmo tempo que a Suécia investe em seu ingresso para a Otan, após as autoridades suecas terem dado permissão para o protesto.
Logo depois do ocorrido, o homem em questão acabou sendo acusado pela polícia local de movimentação contra um grupo nacional e/ou étnico.
O ato veio a acontecer durante uma das datas do calendário islâmico mais importantes, conhecida como Festa do Sacrifício ou Eid.
A capital da Turquia, Ancara, tem se incomodado com as diversas manifestações que estão acontecendo na Suécia conta o Islã somado aos direitos dos curdos. O apoio de Ancara é necessário para que o país consiga adentrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte.
A Suécia tem procurado a aprovação da Otan desde a invasão da Rússia a Ucrânia. Entretanto, a Turquia que já é membro da aliança, optou pela suspensão do processo ao acusar a Suécia por acolher pessoas consideradas terroristas e solicitando sua extradição.
Alcorão é queimado por manifestante. (Foto: Repodução/Abbas Momani/AFP/UOL)
Ao acrescentar que permitir protestos anti-islâmicos pela liberdade de expressão é inaceitável, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, se posicionou contra o ato pelo Twitter.
O caso foi testemunhado por aproximadamente 200 espectadores, quando um dos dois organizadores rasgou uma cópia do Alcorão e limpou os sapatos com ela, incendiando o livro após ter colocado bacon no mesmo. Enquanto isso, o outro manifestante continuou a falar pelo megafone.
Um homem foi detido por parte das autoridades após tentar atirar uma pedra, e alguns dos outros presentes gritaram as seguintes palavras em árabe: “Deus é grande”, em protesto a queima.
Ainda nesta quarta-feira, o primeiro-ministro Ulf Kristersson revelou por meio de uma entrevista coletiva que não discutirá sobre o modo que a adesão da Suécia à Otan pode ser afetada pelo protesto.
Ele disse que: “É legal, mas não apropriado”, ao afirmar que é à polícia que deve tomar decisões sobre a queima do Alcorão.
Foto destaque: Autoridades suecas interrompem protesto. Reprodução/News Agency/Caisa Rasmussen/CNN Brasil