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A desistência de Biden: os eventos cruciais que fizeram sua campanha à reeleição desmoronar

Nos últimos meses, a pressão para substituir o atual presidente atingiu seu ponto máximo, com até mesmo aliados pedindo que Biden cedesse espaço para outro candidato democrata

22 Jul 2024 - 09h28 | Atualizado em 22 Jul 2024 - 09h28
A desistência de Biden: os eventos cruciais que fizeram sua campanha à reeleição desmoronar Lorena Bueri

Não foi exatamente uma surpresa no mundo político quando, neste domingo (21/7), o presidente americano Joe Biden anunciou sua desistência da candidatura à reeleição.

Biden enfrenta pressão crescente

Nos últimos meses, a pressão para que ele fosse substituído chegou ao ápice, com até mesmo aliados pedindo que Biden abrisse espaço para outro candidato democrata.

Embora Joe Biden tenha um longo histórico de gafes, como confundir nomes e datas desde sua época como vice-presidente de Barack Obama, a crescente frequência desses episódios nos últimos anos vinha gerando preocupações sobre sua idade. Com 81 anos atualmente, Biden se tornou o presidente mais velho ao assumir o cargo em 2021, aos 78 anos.

No início de 2024, um médico da Casa Branca declarou que Biden estava "apto para exercer suas funções", mas as críticas dos opositores e as preocupações dos aliados continuaram. Os sinais de seu envelhecimento ficaram mais evidentes, como a voz mais suave, lapsos de memória e uma aparente maior dificuldade para caminhar, que seu médico atribui parcialmente à artrite.

Apesar da pressão para desistir, Biden havia insistido até o último momento em seu desejo de concorrer novamente contra Donald Trump, a quem derrotou na eleição de 2020.

No entanto, as pesquisas não indicavam uma segunda vitória em 2024: Biden estava cerca de 4 pontos atrás do candidato republicano.

Ao anunciar sua desistência neste domingo, Biden postou no X uma foto ao lado da vice-presidente Kamala Harris, declarando "oferecer total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata do nosso partido este ano".

Em 2020, Biden foi apresentado como o candidato com maiores chances contra Trump. Sua vice, Kamala Harris, era vista como uma possível sucessora para um segundo mandato, mas sua popularidade não cresceu ao longo do período de governo. Desde o início, porém, Biden se recusou a declarar oficialmente que não buscaria a reeleição.

Candidatura em declínio constante

No final de seu primeiro ano como presidente, em 2021, jornais americanos como o The Washington Post já relatavam que Biden dizia a aliados que pretendia concorrer novamente à presidência em 2024, contrariando muitos democratas que presumiam que ele serviria apenas um mandato.

Na época, analistas disseram que essa declaração do presidente "congelava" as aspirações de Harris de começar a trabalhar em sua própria candidatura.

Como candidatura à reeleição de Biden começou a desmoronar 

Em abril de 2023, Biden anuncia oficialmente sua candidatura à reeleição, escolhendo Harris novamente como sua candidata a vice-presidente.

No mês seguinte, em maio, uma pesquisa dos canais NPR/PBS News revela que 6 em cada 10 americanos estão preocupados com a capacidade de Biden de exercer a presidência.

A campanha para as primárias democratas começa oficialmente em junho - nos EUA, antes de concorrer à presidência, o candidato precisa primeiro assegurar apoio dentro do próprio partido para se tornar o candidato oficial.

Entre as principais bandeiras do democrata está a defesa da democracia, retratando Trump como uma ameaça ao regime democrático no país.

O procurador-geral Merrick Garland escolheu Hur para liderar uma investigação sobre o manejo de documentos oficiais pelo governo Biden.

Embora Hur não tenha encontrado nenhuma evidência de comportamento inadequado, seu relatório causou um grande dano político a Biden.

No mesmo dia, durante um programa de televisão em que se defendia das alegações de Hur, Biden cometeu outra gafe, confundindo o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.


Presidente americano Joe Biden e sua vice Kamala Harris (Reprodução/G1/Nicholas Kamm)


Em março, americanos questionaram a capacidade de Biden. Os republicanos aproveitam as gafes de Biden, divulgando vídeos online que destacam momentos em que o presidente parece perder o fio da meada durante discursos, se distrai em eventos ou confunde nomes e datas.

Em março de 2024, uma pesquisa da Associated Press revela novamente que 6 em cada 10 americanos duvidam das capacidades mentais do presidente.

Outra pesquisa, do New York Times/Siena College, indica que 73% dos eleitores registrados acreditam que Biden é "velho demais para ser um presidente eficaz".

Mal desempenho no debate da CNN em 27 de junho

Os questionamentos sobre sua candidatura aumentam consideravelmente, após uma performance descrita como "desastrosa" em um debate presidencial televisionado.

Durante o debate, Biden tem momentos de divagação, fala de forma pouco clara e exibe uma voz nitidamente rouca. No meio do evento, sua campanha informa aos jornalistas que o presidente estava "lutando contra um resfriado".

Depois do debate, Biden afirma também estar sofrendo de jet lag (desconforto devido à mudança brusca de fuso horário) e admite que sua performance não foi satisfatória. "Estraguei tudo", disse ele em 3 de julho a uma rádio afro-americana.



Ex primeira dama americana Michele Obama (Reprodução/BBC)


Uma pesquisa feita em 2 de junho, feita pelo instituto Ipsos, explorando possíveis substitutos de Biden como candidato democrata revela que, entre os nomes sugeridos, apenas a ex-primeira-dama Michelle Obama conseguiria vencer Donald Trump. Michelle já havia afirmado em várias ocasiões que não tem intenção de concorrer.

Líderes importantes do partido democrata afirmam que o único nome seriamente considerado para substituir Biden é Kamala Harris.

11 de julho: confundiu o nome do presidente ucraniano com o russo

Sob pressão para desistir, Biden comete um erro durante um discurso ao confundir o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o presidente russo, Vladimir Putin.

"Estou tão concentrado em derrotar Putin (na guerra da Ucrânia) que acabei usando seu nome", corrigiu-se imediatamente Biden.

O presidente americano continua a cometer deslizes em vários momentos, incluindo alguns em que reafirma sua intenção de concorrer.

Ataque de Trump em 13 julho ofusca por um tempo os pedidos de desistência de Biden a corrida presidencial

O ex-presidente Donald Trump sobrevive a um atentado durante um comício, e as repercussões do incidente temporariamente ofuscam a discussão sobre a candidatura de Biden.

Analistas afirmam que Trump sai fortalecido do episódio, enfraquecendo a ideia de que uma mudança na candidatura poderia melhorar as chances dos democratas.

No entanto, a pressão para a desistência de Biden retorna rapidamente às manchetes, com o anúncio de que o presidente de 81 anos está com covid-19 em 17 de julho, intensificando as preocupações com sua saúde.

Abandono dos doadores de campanha em 18 de julho

Grandes doadores abandonam a campanha de Biden, com o apoio financeiro em julho caindo para cerca de metade do valor do mês anterior, caso ele continue na corrida, de acordo com o jornal The New York Times.

Uma pesquisa realizada entre 16 e 18 de julho, divulgada pela CBS News, parceira americana da BBC, revela que Biden está cinco pontos atrás de Trump, a maior diferença registrada nesta campanha.

Diversos líderes importantes do partido democrata se somam à pressão para que Biden desista, conforme relatado pela mídia americana.

Entre eles estão a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e dois destacados democratas do Congresso, Hakeem Jeffries e Chuck Schumer.

Além disso, há relatos de bastidores indicando que até o ex-presidente e amigo próximo de Biden, Barack Obama, estaria preocupado com as chances de reeleição.

Anúncio da desistência em 21 de julho

Biden anuncia que desistirá de sua candidatura à reeleição, alegando que "é do melhor interesse do meu partido e do país".

Ele também manifestou seu apoio à vice-presidente Kamala Harris como sua sucessora na corrida presidencial.

Em uma carta divulgada em suas redes sociais, Biden afirmou que servir como presidente foi a maior honra de sua vida. "Embora minha intenção tenha sido buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu desista e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato."

Ele informou que fará um discurso à nação sobre o assunto na próxima semana e expressou sua gratidão à vice-presidente Kamala Harris, elogiando-a como uma "parceira extraordinária".

Foto Destaque: Atual presidente americano (Reprodução/Getty Images Embed/Pool)

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