Neste domingo (10), ocorreu um ataque aéreo na região do Sudão, fronteira entre o Mar Vermelho, Egito e a Eritréia. Dezenas de pessoas foram atingidas pelo ataque, enquanto cerca de 40 pessoas morreram. Esse foi maior número de mortes desde o início da guerra civil que começou no mês de abril e tem quase 5 meses de duração.
Conflitos no Sudão (Foto: Reprodução/UOL)
Desde o mês de abril, estima-se que o número de óbitos ultrapasse mais de 4 mil mortes e o número de mortes não contabilizadas de forma oficial pode fazer esse índice ser ainda maior.
Líderes militares
A guerra civil teve o seu ínicio devido às tensões instaladas entre dois líderes militares rivais, que perduraram por meses: o Abdel Fatah al-Burhan e o Hemedti. Abdel é general das Forças Armadas do Sudão, enquanto Hemedti, também chamado de Mohamed Hamdan Dagalo, é vice-presidente e chefe das Forças de Apoio Rápido (FAR).
Contexto
Abdel Fatah al-Burhan, o general, é líder do país africano e ganhou popularidade em 2019, depois que o exército tirou do poder o líder absoluto, Omar al-Bashir, enquanto que Hemedti desfruta do poder desde a conquista de Bashir ao poder, o que o favoreceu para subir na hierarquia e conquistar liderança na milícia Yanyawid. A milícia Yanyawid originou as FAR e está sob acusação de cometer crimes contra a humanidade durante o conflito de Darfur.
"Tanto instalações militares quanto as da FAR ficam no meio da cidade. Então, essa luta pelo poder está sendo travada aqui também, em bairros residenciais, onde as pessoas normalmente iriam fazer compras ou para a escola. Em todos os lugares, se ouvem as batalhas, e durante o dia inteiro", declarou a moradora da capital sudanesa Christine Roehrs.
O conflito, que agora acomete dezenas de mortes, começou por conta das negociações de uma reforma do setor de segurança, que integra as FAR ao exército Sudanês, o que implicaria na perda de influência de paramilitares. A nova reforma não seria positiva para Hemedti, que tinha um grupo paramilitar, isto é, um grupo militar privado, de 100 mil homens.
Foto destaque: Conflito no Sudão. Reprodução/G1
