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Veterinários de Maceió explicam sobre a esporotricose

Doença causada através de fungos tem sido recorrente na capital de Alagoas. A doença é mais comum em gatos, mas também podem atingir humanos. Tratamentos podem levar meses até curar

30 Mar 2023 - 11h00 | Atualizado em 30 Mar 2023 - 11h00
Veterinários de Maceió explicam sobre a esporotricose  Lorena Bueri

Nos últimos dias, a cidade de Maceió, capital do Alagoas, tem sofrido bastante com sequencias de casos envolvendo a esporotricose nos gatos da cidade. A doença, causada por fungos, tem como principal característica, as lesões avermelhadas, que são deixadas na pele. 

O médico veterinário Paulo Peixoto, aconselha que os donos de animais levem seus bichos ao veterinário assim que identificarem as feridas na pele, principalmente nas patas, face, focinho e orelhas. O animal precisa ser isolado dos humanos e de outros animais. 

Paulo também comenta sobre a doença que pode atingir os humanos se não tomarem cuidado: 

“É bem mais grave do que uma micose simples. Apesar de ser uma doença causa por um fungo, ela tem uma gravidade. Ela acomete os animais e acomete também os seres humanos causando lesões ulceradas. De uma forma mais grave ela pode levar a uma forma até sistêmica, afetando outros órgãos como pulmão. Esse contágio pode ser direto, por uma arranhadura de um felino. O médico veterinário também pode se contaminar no manuseio desse animal sem a devida proteção." 

Inclusive, Paulo, já foi infectado com a esporotricose, quando tratava de um gato que continha a doença. Durante o tratamento, o animal arranhou Paulo, e rasgou sua luva de proteção. 

“Mais ou menos um mês depois apareceu uma bolha na minha mão. E aí eu procurei o serviço de atendimento médico e a gente fechou o diagnóstico que era esporotricose. Foi um tratamento que levou dez meses, tomando antifúngico. Foi bem dolorido" - comentou Paulo.

Quem também sofreu com a doença, foi o gato da corretora, Diana Ruy, que só descobriu a doença do animal, depois de ser orientada a analisar as feridas que o animal tinha, antes de castrá-lo. Segundo a corretora, o tratamento já dura dois meses. 

“Eu percebi feridas nas patas, na face dele. E como eu queria castrá-lo para acalmar mais, eu o levei em uma clínica e lá, fui orientada primeiro a fazer um exame para verificar o tipo de ferida. Ele está isolado e sendo tratamento há mais ou menos dois meses. O tratamento não pode ser interrompido. As feridas desaparecem, mas o fungo continua lá no organismo. Se você interromper, ele volta e aí tem que começar tudo de novo.” 


Gato com esporotricose (Reprodução/Arquivo UVZ - Governo Alagoas)

Como se prevenir da esporotricose: 

É necessário para os humanos de modo geral, usarem luvas e roupas de mangas longas quando estiverem em atividades que envolvam esse fungo. 

Caso a pessoa seja mordida ou arranhada pelo animal que possui a doença, é necessário que ela lave o ferimento por um longo período com água e sabão, ou alguma solução fisiológica, e depois, procure um atendimento médico. 

Os animais suspeitos de terem contraído a doença, deverão ficar em locais isolados de humanos e de outros animais, além de ser importante realizar uma limpeza geral no ambiente. 

Caso um animal que estava contaminado, acabe morrendo, o recomendado é que o corpo seja cremado. Se for enterrado, ou jogados no lixo, o fungo pode contaminar todo o solo. 

Foto Destaque: Gato sendo atendido por veterinário (Reprodução/Gustavo Fring)

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