Além do sapo e das rãs, a perereca é um anuro conhecido. Além disso, se torna ainda mais conhecida por estar no vocabulário popular como sinônimo vulgar, relacionada quase que sempre ao contexto sexual. Porém, para especialistas em anfíbios, o estudo desses pequenos animais é importante para o desbravamento da fauna Amazônica e toda sua diversidade.
A perereca de boca azul (Trachycephalus resinifictrix), também conhecida pelo nome de perereca-de-leite, surpreendentemente têm essa coloração na estrutura de músculos, ossos e interior da cavidade de sua boca. A descoberta foi feita porque apesar de rara a espécie está sendo notada e posteriormente capturadas por pesquisadores de ambientes domésticos, zoológicos e em recipientes de posse de criadores de animais exóticos.
A coloração atrativa é uma das características que colaboram para que essa e muitas outras espécies de pererecas sejam alvo do tráfico de animais. E como esses pequenos animais são repletos de propriedades químicas, como toxinas letais aos seus predadores ou até mesmo aos humanos, são estrategicamente explorados pelo crime e admiradores do mundo animal depois de capturados.
Perereca da coloração verde. (Foto: Reprodução/Climber Satoh/Pexels)
Apesar desses mecanismos de defesa serem extremamente naturais nos anuros não é nada normal que elas causem danos superficiais aos predadores. Nos estudos da perereca-de-leite foram constatados que ao expelirem sua toxina ao invés de ocasionarem danos letais aos predadores e aos humanos elas fazem totalmente o contrário.
A toxina se espalha pela superfície da perereca deixando um gosto praticamente insuportável na mucosa de predadores, sejam eles mamíferos, aves, répteis ou outros anfíbios. “Canauaru”, é o nome que os povos indígenas deram para a perereca. Observações demonstram que vivem normalmente perto de riachos e que a estrutura corporal é tão resistente que conseguem suportar 14 vezes o seu peso. Suas capacidades de adaptação surpreendem porque até mesmo em ambiente domesticados conseguem sobreviver.
Espécies como a “milk frog” não foram as primeiras a serem descobertas com a coloração variada em seus órgãos internos. Ainda assim são muito valorizadas por serem encontradas em muitos países que são cobertos pela floresta Amazônica. As descobertas feitas pelos pesquisadores sobre a perereca-de-leite reforçaram a conclusão de que espécies de anfíbios com cores vibrantes podem ser um indicador de toxidade animal.
Foto Destaque: Perereca-de-leite. Divulgação/Internet