A variante Ômicron foi descoberta em veados de cauda branca em Nova York e a espécie pode se tornar hospedeira de uma nova cepa de coronavírus, segundo pesquisa norte-americana divulgada nesta terça-feira (8).
Os veados de cauda branca, também conhecidos comocariacu, veado-da-virgínia e veado-galheiro, chegam a 30 milhões só nos Estados Unidos, sendo presentes também no sul do Canadá e ao norte da América do Sul (incluindo Roraima e Amapá, no Brasil).
Em Nova York, sangues e algumas amostras nasais de 131 veados foram analisados. O resultado mostrou que quase 15% tinham anticorpos contra o vírus.
A análise foi feita em Staten Island, um burgo da cidade de Nova York (Foto: Divulgação/ Sérgio Flores/ the New York Times via Redux)
Assim, segundo os pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, a descoberta sugeriu que esses animais já tiveram infecções por coronavírus e são vulneráveis a reinfecções com essas novas variantes que vem surgindo.
“A circulação do vírus em uma população animal sempre aumenta a possibilidade de voltar aos humanos, mas, mais importante, oferece mais oportunidades para o vírus evoluir para novas variantes”, afirmou a microbiologista Suresh Kuchipudi, da Universidade Estadual da Pensilvânia.
Ainda segundo a microbiologista, a mutação explica essa reinfecção pelo vírus.
"Quando o vírus sofre uma mutação completa, ele pode escapar da proteção da vacina atual. Então, teríamos que mudar a vacina novamente", afirmou Kuchipudi.
As pesquisas ainda estão sendo desenvolvidas e até o momento não há evidência de que esses animais estejam transmitindo o vírus para humanos. Porém, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a maioria das infecções por coronavírus foi relatada em espécies que tiveram algum tipo de contato com uma pessoa diagnosticada com covid-19.
Casos da doença em veados foram encontradas pela primeira vez em agosto do ano passado, no estado de Ohio.
Foto Destaque: Veado de cauda branca macho.Reprodução/Divulgação/ Wikimedia Commons/ Scott Bauer