Uma sucuri-verde de pele amarela chamou atenção de toda a comunidade científica e também do biólogo Afonso Meneses, pois trata-se do primeiro registro no mundo de uma anaconda mutante. A pesquisa tem a autoria do Bruno F. Camera e foi publicada pelo portal Herpetological Review.
A foto da cobra foi feita em Belém (PA), e revelou detalhes de uma mutação genética intitulada xantismo, uma anomalia que altera o pigmento da pele do animal e o deixa com tons mais amarelados. "A sensação de fotografar esse réptil foi muito bacana. Ver o bicho de coloração totalmente diferente e poder publicar o primeiro registro do mundo faz a gente perceber o quanto ainda temos para descobrir sobre a nossa fauna", destacou o biólogo em entrevista ao G1. Confira mais uma foto da cobra:
Descoberta ajuda a entender mais sobre mutações genéticas — (Foto/Reprodução: Afonso Meneses/Arquivo Pessoal/G1)
De acordo com o Afonso, o que mais chamou atenção foi o fato de a cobra ter sobrevivido até o período adulto, mesmo com um padrão de cores que tende a dificultar a vida na floresta, pois prejudica seu dom de camuflagem. O animal registrado pesa cerca de sete quilos e tem aproximadamente dois metros e meio de altura.
Afonso contou que estava em uma expedição acompanhado de um amigo que estuda as cobras da América do Sul, quando avistou a cobra: "Eu estava fazendo meu mestrado e ele desenvolvendo um trabalho de doutorado sobre sucuris na mesma região. A gente foi para um serpentário que fica a 30 quilômetros de Belém pra levantar dados da pesquisa dele. Foi quando soubemos que a cobra de cores pálidas havia sido encontrada no centro da cidade", lembrou ele.
Como as cores da cobra dificultam a vida ao ar livre, ela foi levada para o Centro de Herpetologia da Amazônia e permanece em recinto colaborando com estudos. "Existem outros casos dessa anomalia em espécies como cascavéis. Mas em uma sucuri é a primeira vez", reforçou o biólogo.
As sucuris-verdes possuem hábitos semiaquáticos e conseguem ser ativas tanto na água quanto no solo. Os olhos e as narinas são fixados no topo da cabeça, o que permite que o animal veja e respire enquanto o corpo permanece submerso.
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Foto/Destaque: Sucuri-verde com anomalia intitulada Anaconda Amarela Imagem/Reprodução: Foto: Afonso Meneses/Arquivo Pessoal.