O estado de Pernambuco convive com um problema marinho em suas águas. Além dos tubarões encontrados nos últimos dias nas praias de Recife, outro predador feroz começa a invadir os mares do estado nordestino: o peixe-leão.
Aparentemente inofensivo, o "terois volitans ou P. miles" (seu nome científico) é um grande perigo não só para o equilíbrio da biodiversidade dos locais como também para os seres humanos. Tido como um predador feroz assim como seu "primo mamífero", a alimentação do peixe varia de pequenos crustáceos a outros peixes quase do seu tamanho, que pode chegar a 47 centímetros. Outro fato que potencializa o problema é a falta de um grande predador natural, sendo alimento apenas de tubarões e garoupas em algumas ocasiões.
Algumas orientações são necessárias quanto ao manuseio do peixe-leão, uma perigosa espécie de invertebrada. (Foto: Reprodução/Projeto Conservação Recifal)
Um problema para o reino animal devido a sua grande reprodução, já que uma fêmea de peixe leão pode colocar até 2 milhões de ovos por ano, a espécie também pode levar perigo a vida humana pelo fato de seus espinhos possuírem uma toxina capaz de causar inchaço, vermelhidão, febre e até convulsões em casos mais extremos (como aconteceu com um pescador recentemente que pisou em um peixe e teve convulsões no estado do Ceará).
No entanto não é só o estado de Pernambuco que convive com o problemático invertebrado, ainda que o caso mais recente Ilha de Itamaracá, no Grande Recife. O peixe leão vem se proliferando com facilidade por todo litoral do Nordeste desde o ano passado, tendo sido visto também em outros estados como Piauí (e também estados do norte do país como Amapá e Pará) além da ilha de Fernando de Noronha.
Natural dos oceanos Índico e Pacífico, o peixe-leão tem se tornado uma praga pelo alto grau de proliferação e a falta de um predador natural em águas brasileiras. Isso aumenta ainda mais a necessidade de cuidado com o peixe, que não deve ser manuseado sem a necessária orientação técnica. A prefeitura do estado de Pernambuco já tem capacitado mais de 2 mil pescaores através do Projeto Conservação Recifal, que visa ensinar pessoas que vivem do mar a lidar com espécies perigosas como o peixe leão.
Foto Destaque: Peixe-leão vem causando acidentes e seu crescimento desenfreado começa a causar preocupação no Nordeste brasileiro. Reprodução/Tommaso Giarrizzo/Arquivo pessoal