Em 8 de agosto é comemorado o Dia Internacional do Gato, o primeiro animal domesticado pelo homem. Apesar dos felinos ocuparem a terceira posição dos pets mais adotados em 2021, eles ainda são alvo de preconceitos e boatos negativos, como a ideia de que os gatos não se apegam aos donos tanto quanto os cães.
Em uma entrevista ao Vet Food, a veterinária Maria Alessandra Martins Del Barrio - também conhecida como Maré - contou qual a origem da discriminação felina, além de desvendar estigmas atrelados a raça.
Segundo Maré, o preconceito com gatos provém da ausência deles na Bíblia. A veterinária explica que este animal foi excluído do livro cristão por ser considerado um deus pagão no Egito e, por isso, durante a Idade Média, a imagem do felino foi atrelada à bruxaria. “Várias outras coisas que acontecem dentro dessa mitologia medieval colocam o gato como uma criatura desprovida de sentimentos ou apegado às coisas materiais, que não gosta do tutor”, afirma.
Mito: gatos não se apegam aos donos como os cachorros
A frieza e o desapego estão vinculados aos gatos até os dias atuais, gerando comparações entre eles e o animal conhecido como o “melhor amigo do homem”, o cachorro. Maria Alessandra, contudo, explica que os pets somente demonstram amor de formas diferentes. Enquanto o cachorro é, na maioria das vezes, muito dependente do dono e “passa 24 horas por dia te olhando, dizendo que é apaixonado por você”, o gato mostra maior preferência pela companhia, do que pelo contato.
De acordo com o veterinário André Lee Citti, essa independência dos gatos tem se tornado algo positivo, já que as pessoas estão mais tendenciosas a adotar estes animais por serem “mais fáceis de conviver”.
Entretanto, Maré ressalta que também existem felinos dependentes dos humanos, ou seja, aqueles que pedem e dão carinho a todo momento. Além da companhia, a veterinária cita outras demonstrações de afeto dos felinos, como passar o rabo nas pernas do tutor – o que eles fazem para marcar território e manifestar prazer, semelhante ao ronronar. Segundo Maré, este ato é feito quando o animal está pedindo carinho.
Mundo felino está cheio de inverdades
O mito sobre a frieza dos gatos não é o único disseminado no mundo. Os felinos já foram impactados por diversos boatos, como a fama de que são anti-higiênicos.
Por não tomarem banho de maneira convencional, com água e sabão, os gatos são taxados de sujos. A verdade é que, mesmo que feita de forma diferente, a limpeza desses animais é eficaz, já que a língua dos felinos possui espículas – conhecidas como “espinhos” e responsáveis por deixá-la áspera - capazes de remover ácaros, fungos e outras sujeiras.
Espículas responsáveis por realizar a limpeza do gato. (Foto: Reprodução/Tediado).
Mesmo com esses boatos negativos, de acordo com o Instituto Pet Brasil, a raça felina já está presente em 28% das residências brasileiras.
Foto destaque: Reprodução/Petz.