Mundo Animal

Casos de Esporotricose em humanos no RJ aumentam 260% em 10 anos

A doença pode ser transmitida por gatos e cães infectados com fungo e causa, tanto em animais quanto em humanos, feridas na pele. Rio de Janeiro é considerado epicentro da zoonose

25 Mai 2023 - 21h10 | Atualizado em 25 Mai 2023 - 21h10
Casos de Esporotricose em humanos no RJ aumentam 260% em 10 anos Lorena Bueri

Os casos de esporotricose em humanos aumentaram em 260% no Rio de Janeiro no período de 10 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Os mais acometidos pela doença são crianças e adolescentes. Somente em 2022, foram registrados cerca de 1518 ocorrências de casos no estado, sendo 196 em menores de 15 anos, enquanto em 2013 foram 579 casos totais e 26 em menores de 15 anos. 

A esporotricose é uma doença de pele causada pelo fungo Sporothrix sp, que gera múltiplas feridas e nódulos principalmente nas mãos e braços, no caso de humanos. A doença pode ser transmitida pelo contato com animais infectados, que também apresentam feridas cutâneas. 

O fungo entra no organismo através de arranhões, picadas e machucados. Ou seja, a transmissão acontece tanto de forma direta, como quando um animal arranha uma pessoa, como também de forma indireta, ao se machucar com vidros, farpas e materiais contaminados.

As crianças e adolescentes costumam ser os mais atingidos pela proximidade que costumam ter com animais, inclusive os que vivem na rua que, inclusive, são os mais atingidos pela micose. Uma tentativa de beijar ou abraçar o animal às vezes se transforma numa situação de transmissão. Inicialmente, os sintomas acometem a pele, no local da ferida ou machucados. Em alguns casos mais graves, o fungo pode atingir  pulmões, ossos e articulações, provocando dificuldade de respirar, dor e febre.

A doença pode ser diagnosticada após o paciente buscar ajuda quando percebe que as feridas não curam facilmente, mas tem tratamento, tanto para animais quanto humanos, com antifúngicos, que costumam ser orientados para um uso de três a seis meses.

Rio de Janeiro como epicentro


Gato e cachorro de rua (Reprodução/Pexels)


O estado do Rio de Janeiro é considerado um epicentro da zoonose desde os anos de 1990. É comum que em alguns locais os gatos sejam maltratados, por serem os principais transmissores da doença. No entanto, os especialistas esclarecem que eles são vítimas da falta de políticas públicas para minimizar a problemática, como medidas controlar a disseminação do fungo e castração dos gatos. 

O Ministério da Saúde recomenda utilizar roupas e acessórios de proteção para manusear objetos e terra que possam estar contaminadas, além de medidas para lidar com animais doentes ou mortos pela doença, a fim de evitar mais transmissões

“Animais com suspeita da doença não devem ser abandonados, assim como o animal morto não deve ser jogado no lixo ou enterrado em terrenos baldios, pois isso manterá a contaminação do solo. Recomenda-se a incineração do corpo do animal, de maneira a minimizar a contaminação do meio ambiente e, assim, interromper o ciclo da doença”, diz o Ministério.

Foto destaque: Gato no colo de mulher - Reprodução/Pexels

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