Após quase ter sido extinta, devido à caça indiscriminada há cerca de três décadas atrás, o censo aéreo do Projeto desenvolvido para a proteção do mamífero mostrou a recuperação do animal no Brasil.
Os números foram divulgados no final do segundo semestre de 2022 e a área total estudada foi de 6.204 quilômetros, entre a divisa do Ceará e Rio Grande do Norte e o litoral norte de São Paulo; Abrangendo desde a linha da costa até uma profundidade de quase 500 metros, ambiente escolhido pelo animal para se reproduzir.
Grupo de baleias Jubarte (Foto: Reprodução/Projeto Baleia Jubarte)
De acordo com o site de noticias ((o)) eco, o censo aéreo permite avaliar as áreas onde as atividades humanas possuem maior potencial de interagir com a presença das baleias, foi o que disse em entrevista o diretor-geral do Projeto Baleia Jubarte, Eduardo Camargo.
“O volume e a qualidade das informações científicas geradas pelo censo, combinadas com as demais atividades de pesquisa de campo, nos permitem antever ações necessárias para assegurar que as jubartes brasileiras sejam protegidas adequadamente de novos impactos, como o emalhamento em redes e colisões com grandes embarcações, e contribui com nosso conhecimento para formular as políticas públicas adequadas para a proteção da espécie e seu ambiente”, finalizou o diretor do Projeto.
As ações de conservação são prestadas há quase 35 anos, mesmo período de existência do projeto em questão, e contribuem de maneira decisiva para a recuperação da população.
Ainda segundo o site especialista em jornalismo ambiental, uma das pesquisadoras associadas ao projeto, a bióloga Márcia Engel, a coleta de dados foi realizada entre os dias 02 e 09 de agosto do ano passado, período conhecido por ser o pico da temporada reprodutiva da baleia.
“Estamos aguardando o refinamento e detalhamento do censo para a publicação completa. Houve um aumento muito expressivo – em nenhum ano, desde o início das estimativas, registramos tantas baleias. Podemos afirmar que a população brasileira de jubartes já está bem próxima do número que se estima ter existido no período pré-caça”, finalizou a pesquisadora.
A caçada
De acordo com o Projeto Baleia Jubarte, no Brasil, a caça às jubartes começou em 1602, primeiro na região do Recôncavo baiano e depois pelas estações costeiras de caça à baleia, chamadas Armações, que se estabeleceram entre a Bahia e Santa Catarina, a área entre Bahia e o litoral de São Paulo também foi alvo da caça indiscriminada. O massacre das baleias só terminou de vez em 1985 quando o então Presidente José Sarney suspendeu a caça de baleias no país.
Características da Baleia-Jubarte
Baleia Jubarte (Foto: Reprodução/Projeto Baleia Jubarte)
Seu nome científico é Megaptera novaeangliae, que significa “Grandes asas da Nova Inglaterra”, em referência ás enormes nadadeiras peitorais e à região dos EUA na qual a espécie foi identificada pela primeira vez.
O mamífero pode chegar a 16 metros de comprimento, podendo pesar cerca de 40 toneladas.
A espécie pode ser facilmente identificada devido a sua coloração corpórea ser quase preta ou pelas grandes nadadeiras que podem chegar a 1/3 (um terço) do tamanho do corpo e são geralmente brancas, diferenciando-se do restante de seu corpo.
Outra maneira de diferenciar a espécie é através da parte inferior de sua cauda, que possui padrões de coloração em branco e preto, que são únicas para cada baleia, permitindo uma identificação até mesmo individual entre si.
População atual
Hoje em dia, o projeto estima que existam certa de 20.000 baleias jubarte, aproximadamente 19 mil animais a mais que o registrado no início do projeto, em 1988. A espécie saiu oficialmente da Lista Oficial de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção em 2014 e o Projeto Baleia Jubarte recebeu o reconhecimento do Ministério do Meio Ambiente por seu papel nessa proteção e recuperação da espécie.
Foto destaque: Grupo de baleias-jubarte localizado no Arquipélago dos Abrolhos, Oceano Atlântico - Reprodução/Projeto Baleia Jubarte
