Nos últimos dias, os banhistas da costa do Rio de Janeiro, receberam uma “visita” muito especial. Diversos animais marinhos foram encontrados em águas próximas às praias do estado, como golfinhos, arraias, baleias e lobos-marinhos. O episódio tem despertado a atenção dos biólogos marinhos, mergulhadores e dos pescadores, visto que esses animais não são frequentemente avistados em águas tão rasas. Contudo, um fator preocupante, é o risco de encalhamento dessas espécies na costa. Nesses últimos dias, eles já foram vistos nas praias de Ipanema, Botafogo, Barra da Tijuca, Marambaia e na Região dos Lagos.
Segundo o oceanógrafo e professor e coordenador do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (MAQUA), José Laílson, este acontecimento é considerado normal nesta época do ano. Devido ao inverno, os jubartes e os pinípedes (lobo-marinho), se movem para a região costeira do estado para o fim do período de gestação ou copular, “essa população de jubartes que vem para a costa brasileira se concentra no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia, principalmente em Abrolhos, que é a principal área de reprodução delas aqui no Brasil. Elas vêm mais ou menos pelo meio do Oceano Atlântico e, quando chegam na altura de São Paulo e do Rio de Janeiro, acabam vindo mais para a costa. É nesse momento que a gente consegue visualizá-las por aqui”, esclareceu José explicando sobre o período migratório desses animais aquáticos.
Na última terça-feira (27), Marcos Vaz, um influencer de viagens, registrou um momento impressionante, através de um drone ele capturou duas baleias em contato com a superfície.
Baleias jubarte/Redes sociais/@vazaonde/Reprodução
A população de mamíferos aquáticos cresceu muito nos últimos anos, o que pode tornar cada vez mais comum ver esses animais na costa do estado, de acordo com o oceanógrafo. Porém deve ser cuidadoso com a aproximação, para não assustar os animais ou gerar danos irreparáveis. Uma baleia selvagem, por exemplo, pesa 30 toneladas e tem 17 metros de comprimento. O certo é não incomodar a espécie e deixá-la conseguir seu caminho. Em casos de encalhamento, isole o animal e não deixem que cheguem perto, pois ele pode conseguir voltar sozinho para o oceano. Entre em contato com o órgão de proteção de animais e/ou meio ambiente do seu estado.
Foto destaque: Salto de golfinho praia da Barra, na Zona Oeste do Rio/Redes sociais/@gabriel2584/Reprodução