Mundo Animal

Aves marinhas sofrem ameaça de extinção após derramamento de petróleo no Peru

O derramamento de óleo nos mares, após o tsunami, que se deu origem com a erupção do vulcão no Peru, pode causar a extinção de diversas aves marinhas se continuar se espalhando.

24 Jan 2022 - 15h00 | Atualizado em 24 Jan 2022 - 15h00
Aves marinhas sofrem ameaça de extinção após derramamento de petróleo no Peru Lorena Bueri

Aves marinhas estão ameaçadas de extinção após o derramamento de petróleo na costa central do Peru, no sábado (15). O zoológico Parque das Lendas, no distrito de San Miguel, em Lima, já resgatou mais de 40 aves, entre eles, os pinguins de Humboldt, uma espécie que já vem sendo ameaçada de extinção. Zoólogos e veterinários do local tentam remover o óleo da plumagem dessas aves que se encontram em estado crítico. 

"Estamos fazendo um esforço incansável. Não é uma coisa comum isso acontecer e tentamos fazer o melhor que podemos", ressaltou a bióloga Liseth Bermúdez, que trabalha no local.

As aves recebem total atenção e cuidado dos veterinários na retirada do óleo de suas penas. Elas também estão sendo alimentadas, hidratadas e recebendo medicamentos antifúngicos, antibacterianos e diversas vitaminas.


O derramamento de petróleo coloca em risco aves e animais marinhos na costa peruana. (Foto: Reprodução/Governo do Peru)


Ainda segundo a bióloga, o estrago causado pelo derramamento de óleo está sendo pior do que imaginaram.

"Nunca na história do Peru se viu uma situação semelhante. Não há precedente para um tipo de derramamento na costa peruana e não acreditávamos que seria dessa magnitude", finalizou.

Histórico

O derramamento de óleo ocorreu após um tsunami que atingiu Tonga, no sábado (15). As fortes ondas fizeram com que cerca de 6.000 barris de petróleo caíssem no mar, enquanto um petroleiro desembarcava na refinaria La Pampilla, localizada em Ventanilla, 30 km ao norte de Lima. 

O tsunami teve início após a erupção do vulcão submerso Hunga-Tonga-Hunga-Há’apai, que fez com que as ondas alcançassem 1,2 metros.

Segundo o biólogo Guillermo Ramos, do Serviço Nacional de Florestas e Fauna Silvestre (Serfor), se a mancha de óleo continuar se espalhando e ações não forem tomadas com urgência, animais marinhos e pássaros do local atingido continuarão morrendo. Ele ainda informou que já foi encontrado grande número de aves mortas e lontras marinhas nas praias e reservas naturais. Mais de 150 espécies de aves precisam do mar que foi infectado para se alimentar e reproduzir.

O diretor científico da Oceana Peru, Juan Carlos Riveros, informou à imprensa que alguns componentes do petróleo, como os hidrocarbonetos, podem afetar a reprodução de aves, peixes ou até tartarugas, além de causar malformações embrionárias.

Foto Destaque: Cormorão coberto de óleo antes de receber tratamento médico em zoológico. Reprodução/Parque de las Leyenzas/AFP/g1

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