No final do mês de fevereiro nasceu, no Zoológico de São Paulo, uma arara-azul-de-lear. A pequena ave é filha do casal de araras Francisco e Maria Clara, que colocou três ovos dos quais dois foram quebrados acidentalmente por eles. O último foi encontrado já rachado pelos biólogos e levado para incubação artificial, pois havia risco de ser contaminado. O filhote nasceu pesando 20,5 gramas e sua espécie está em perigo de extinção.
A espécie arara-azul-de-lear está em risco de extinção (Foto: Reprodução/João Quental)
Vítimas do tráfico de animais, Francisco e Maria Clara chegaram ao Zoológico de São Paulo em 2006 e 2004, respectivamente. O casal chegou após apreensão do IBAMA e da Polícia Federal. Ao todo, eles já reproduziram 17 aves e duas foram soltas na Bahia, no Parque Nacional Boqueirão da Onça.
Maria Clara e Francisco também são os pais de Teobaldo, primeira arara a nascer no país. Nascido há oito anos em meio ao programa de preservação ambiental, Teobaldo também já pode reproduzir. Escolhido por especialistas, seu par é Guadalupe, uma arara-azul-de-lear que chegou ao Brasil em 2021 vinda das Ilhas Canárias, na Espanha.
Um pouco sobre a espécie e o projeto do Governo Federal
A arara-azul-de-lear é uma espécie endêmica (ou seja, se desenvolveu restritamente) do Raso da Catarina, no nordeste do estado da Bahia. A espécie conta com uma população pequena e, para piorar, anda ameaçada de extinção graças a destruição do seu habitat e ao tráfico de animais.
Para ajudar as aves, o Governo Federal criou um projeto de conservação, apoiado pelo Zoológico de São Paulo, que tem como principal objetivo preservar a espécie e reproduzir uma quantidade de araras suficiente para reserva genética. Além disso, o programa almeja aumentar o número de aves em seu habitat natural, no nordeste da Bahia.
Foto Destaque: Filhote de arara-azul-de-lear ao lado de pelúcia (Paulo Gil/G1)