O portal G1 teve uma conversa com Beatriz Biazini, uma médica veterinária clínica especializada em neurociência comportamental canina em Sorocaba (SP), para obter informações sobre a alimentação adequada para nossos animais de estimação.
A médica destaca que uma alimentação saudável para cães e gatos está relacionada à adequada absorção de nutrientes, de acordo com as necessidades de cada espécie, e balanceada de acordo com o nível nutricional individual de cada animal.
“Os animais, assim como muitas pessoas pensam, não precisam obrigatoriamente ter sua dieta mantida somente em alimentação industrializada, ou seja, somente com ração. Há diversas modalidades de alimentação que podem ser oferecidas aos cães e gatos como alimentação natural ou mix feeding”, explica a veterinária.
Exemplo de alimentação natural. (Foto: reprodução/Fresh4Pet)
Alimentos permitidos
Aqui estão algumas opções recomendadas, por Beatriz Biazini, de petiscos naturais para oferecer aos animais, sempre com moderação:
- Frutas: todas as frutas podem ser oferecidas, porém, é importante oferecer em pequenas quantidades devido ao alto teor de açúcar. Evite uvas, açaí, carambola e cacau. Frutas mais açucaradas, como banana e manga, devem ser oferecidas em menor quantidade.
- Legumes e vegetais: exceto pela cebola, todos os outros vegetais e legumes podem ser oferecidos aos animais. Cozinhe-os antes de oferecer, da mesma forma como cozinhamos para nós mesmos. Além disso, alguns vegetais podem ser oferecidos crus, assim como podemos comer.
- Iogurte: opte por iogurtes que contenham apenas dois ingredientes em sua composição, sendo eles leite e fermento lácteo.
- Kefir: pode ser oferecido aos animais, pois possui efeitos probióticos leves.
- Coalhada: também pode ser oferecida e possui efeitos probióticos leves.
- Ovos: cozidos, mexidos ou crus, são uma opção nutritiva para os animais.
- Água de coco diluída: ofereça para diminuir o índice calórico.
- Palmito: devido à sua baixa caloria e grande palatabilidade, pode ser uma opção saudável para os animais.
Alimentos proibidos
A veterinária também elucida alguns alimentos que não devem ser oferecidos aos animais de estimação:
- Chocolate, cacau, açaí e noz-moscada: Contém teobromina, uma substância que afeta o sistema neurológico dos animais e pode levar ao óbito.
- Carambola, Casca e folha de abacate, xilitol: Contêm substâncias tóxicas para os animais de estimação.
- Macadâmia: Pode causar intoxicação em cães, resultando em sintomas como fraqueza, vômitos e tremores.
- Ossos cozidos e castanha do pará: Podem lascar e causar obstrução intestinal ou lesões na boca e no trato digestivo.
- Papinha de bebê: Não é adequada para a alimentação de animais de estimação, pois pode conter ingredientes prejudiciais.
- Alho e alho-poró: Devem ser evitados ou usados apenas em doses muito baixas, pois podem causar anemia em cães e gatos.
- Sementes de pêra e maçã: Contêm cianeto, uma substância tóxica para os animais.
- Café e chá preto: A cafeína presente nesses produtos pode ser perigosa para os animais.
- Fritura e doces: Alimentos gordurosos e açucarados não são recomendados para os animais.
- Massa crua de pão e bolos: A fermentação da massa crua pode causar desconforto gastrointestinal nos animais.
- Uvas passas e normais, restos de comida e carnes temperadas e salgadas: podem causar problemas renais, hepáticos e cálculos dentários no futuro.
“Quando se trata de petiscos não devemos ofertá-los de forma indiscriminada, ainda mais quando se trata de industrializado devido ao alto índice de farinha e, consequentemente carboidratos que estes possuem favorecendo o ganho de peso”, diz a especialista.
O acompanhamento veterinário
O grande problema surge quando oferecemos alimentos aos nossos pets sem a orientação de um médico veterinário especializado em nutrição animal. A falta de acompanhamento por um profissional pode levar a danos graves à saúde do animal, como distúrbios metabólicos e gastrointestinais graves, que em casos mais graves podem ser irreversíveis, especialmente em filhotes em fase de crescimento.
Beatriz enfatiza que a introdução de novos alimentos na rotina dos animais deve ser orientada por um médico veterinário confiável, por meio de cálculos específicos para cada espécie e indivíduo. Além disso, é importante realizar uma consulta veterinária para avaliar o estado corporal do animal e identificar possíveis doenças que possam limitar a oferta de certos alimentos.
Foto Destaque: Coração feito com ração de animais de estimação. Reprodução/Pet Fisio.
