Com os avanços recentes da violência e da expansão das ligações ao narcotráfico na Amazônia, cresce o risco de operar no território. Os desafios de investir nessa região é proporcional ao potencial de gerar novos negócios.
Existem casos onde empresas evitam entrar em certas regiões intensificadas devido às facções. Há outras que optam em contratar segurança armada para tentar evitar ataques de pessoas especializadas em roubo de carga, chamados de piratas.
O combustível é um dos setores mais afetados pela alta criminalidade. As distribuidoras de diesel e gasolina sofrem com saques, durante o transporte das cargas. Os saqueadores chegam fortemente armados com grandes bolsas, colocam-se ao lado do transporte e invadem. No entanto, não é só a mercadorias que eles levam, normalmente atacam brutalmente a tripulação, com ocorrência de estupro de cozinheiras e mutilação de orelha de um tripulante.
Marcha dos diretos indígenas (Reprodução/Instagram)
Apenas em 2022, o setor de transporte fluvial de cargas na Amazônia acumulou mais de R$20 milhões de perdas, segundo dados do Syndarma, Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima.
As distribuidoras, como meio de garantir a segurança da tripulação e da carga sem interromper o transporte, contratam seguranças com armamento pesado, usando de armas como metralhadora e fuzil para fazer frente às armas dos criminosos.
O vice-presidente do Syndarma, Madson Nóbrega, disse: “Há outras consequências da pirataria que ninguém está vendo. Com a alta dos roubos, as seguradoras começaram a se negar a fazer o seguro da carga e o ambiental. Isso é essencial na nossa região, onde ocorrem multas, por exemplo, por derrame de combustível”.
O presidente continua sua fala dizendo que a contratação da guarda de segurança encarece cerca de 2%. Esse custo extra tem sido, por enquanto, absorvido pelas distribuidoras.
As investigações apontaram que os furtos de combustível e dísel estão associados ao garimpo ilegal, especialmente do ouro, já que a prática da atividade exige alto consumo dessa matéria-prima.
Foto Destaque: Amazônia. Reprodução/Instagram