Nesta última segunda-feira (18), o Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Norte de Illinois condenou a corretora de criptomoedas Binance e seu ex-CEO Changpeng Zhao ao pagamento de multas sob a acusação de lavagem de dinheiro e não registrar transações com grupos, chamados por Washington, de terroristas, além de sites que praticam venda de conteúdo sexual infantil. Changpeng Zhao concordou com a CFTC (Comissão de Negociação de Commodities), órgão americano do Departamento de Justiça, em pagar US$150 milhões; Changpeng já tinha declarado-se culpado por violar as leis ao renunciar seu cargo de CEO ainda em novembro.
Denúncias e a investigação
A empresa, sediada nas Ilhas Cayman, é reconhecida como uma das maiores plataformas de compra e venda de criptomoedas do mundo e vinha sendo investigada pelo Departamento de Justiça americano desde 2017. Uma das acusações foi permitir a movimentação de quase US$1 bilhão em transações entre usuários americanos, iranianos, sírios e em algumas localidades da Ucrânia hoje ocupadas pela Rússia, após o início do conflito na região. De acordo com o Departamento de Justiça, essas transações significam que a empresa foi usada, também, para transações da Hydra, um mercado clandestino russo online, como pagamento de bens e serviços, dentre eles, pornografia infantil.
Logo da companhia Binance (Foto: reprodução/sllmnhyt/Pixabay)
O que acontece agora com a empresa
Como acordado nesta segunda, a empresa agora, além do pagamento da multa, deve prestar contas ao Departamento de Justiça ao permitir maior transparência em todas as suas operações, reportando qualquer atividade suspeita assim que ocorrer, bem como se comprometer com suas próprias diretrizes internas e as leis do país. Richard Teng, chefe das operações de mercados locais, foi escolhido como o novo CEO da companhia. Changpeng Zhao manteve-se como acionista majoritário em troca do reconhecimento da culpa e o pagamento da multa.
Foto Destaque: Changpeng Zhao, ex-CEO da Binance (Foto: Reprodução/Benoit Tessier/Reuters)
