A febre dos fan tokens e NFTs chegou ao universo da bola. De acordo com levantamento do escritório Marcello Macêdo Advogados e a Win The Game, cerca de 52 contratos já foram assinados entre entidades do futebol brasileiro, incluindo os clubes grandes da Série A e B do Campeonato Brasileiro, seguindo assim a alta neste mercado que também cresce na Europa.
O mercado de fan token na Europa também está em alta, com clubes como Barcelona, Paris Saint-Germain e Juventus ativos no comércio. (Foto: Reprodução/ Twitter)
Segundo a mesma pesquisa, a capitalização de mercado atual das criptomoedas de alguns dos principais clubes do Brasil já bate a casa do bilhão de reais. Times como Corinthians, Flamengo, Atlético Mineiro, São Paulo, Internacional e Vasco da Gama já acumulam R$ 2,2 bilhões com os fan tokens.
Para o advogado Guilherme Macêdo, este mercado tende a ser bastante promissor, e futuramente irá se ampliar para os outros esportes, como basquete, vôlei e automobilismo, mais especificamente na Fórmula 1. Portanto, para Macêdo, terá que existir uma transparência capaz de garantir a segurança de todos os envolvidos, tanto dos torcedores/clientes quanto do clube.
"É necessário expor quais são os riscos e benefícios envolvidos a partir da compra do criptoativo, proporcionando maior segurança jurídica à operação, sem exclusão das campanhas educativas, cuja efetivação é medida obrigatória", contou o advogado, alertando sobre a confiabilidade do procedimento entre as duas partes.
O estudo inédito no país, "Mapeamento dos contratos entre entidades esportivas e empresas cripto no Brasil", mostra dados ainda mais exclusivos e específicos das entidades esportivas que entraram no universo do fan token. Entre todos os 20 clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, apenas 6 não possuem contratos ligados a NFTs, os próprios fan token ou fantasy games.
Clubes brasileiros de futebol entram no universo da "criptoeconomia". (Foto: Reprodução/Twitter)
Entretanto, o movimento de adesão à "tokenização" na segunda divisão do futebol brasileiro é bem menor, sendo mais comum entre os clubes maiores nacionalmente, como o Vasco da Gama. Apenas 5 dos 20 clubes da Série B do Brasileirão têm algum contrato ligados a "criptoeconomia", embora o movimento continue sendo tendência no Brasil. Inclusive, instituições de renome e consolidadas do esporte nacional também investiram no mercado de NFTs, como a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), NBB (Novo Basquete Brasil) e Maracanã.
Mesmo com a popularidade dos fan tokens e NFTs aumentando, não há neste momento uma regulação dos criptoativos propriamente no Brasil, porém há uma iminência de regulamentação do mercado de negociação destes ativos. Atualmente em trâmite no Congresso Nacional, a PL 4.401/21 busca disciplinar o funcionamento desse mercado e o das exchanges, ou seja, as corretoras dos criptoativos.
Foto destaque: A criptoeconomia no futebol brasileiro está se popularizando em 2022. Reprodução/ Twitter.