Nesta segunda-feira (7), o dólar à vista voltou a subir em relação ao real, assim interrompendo a sequência de seis dias seguidos de queda nos horários de negociações na bolsa. O motivo seria o provável nome de Fernando Haddad para assumir o Ministério da Fazenda no governo Lula, movimento esse que não teria agradado o mercado doméstico.
Mercado oscila enquanto aguarda a definição dos nomes para os Ministérios. (Foto: Reprodução/ Twitter)
Com a reprovação mostrada nas bolsas de valores, a moeda estadunidense acabou disparando. O aumentou chegou perto de 2,4% frente ao real e terminou a cotação praticamente na máxima do dia, a R$ 5,17 para venda. Aliás, o contrato futuro que vence em dezembro deste ano também subiu mais de 2%, chegando em R$ 5,19. Enquanto isso, o Dollar Index teve uma queda de 0,6%, aos 110,1 pontos, num sinal de enfraquecimento do dólar ante seus principais pares.
O mais novo cotado para assumir o Ministério da Economia, Fernando Haddad já foi prefeito de São Paulo, e concorreu nas últimas eleições para o governo do estado, mas foi derrotado por Tarcísio Freitas (Republicanos) no segundo turno. Ele também é ex-ministro da Educação do governo Lula. Por isso, o sócio de uma corretora local diz que o petista não é visto com bons olhos, estressando os ativos locais por não ser próximo do mercado e ser considerado "um nome político".
"O Haddad seria um bom nome para ocupar o Ministério da Casa Civil ou da Educação, novamente. Para a Fazenda ou Economia, não. Seria melhor um nome de mercado ou que o mercado aprove", disse o corretor. A expectativa dos acionistas seria que um nome com mais experiência na área assumisse a pasta no governo.
Acionistas esperam um nome mais próximo da economia para a Fazenda. (Foto: Reprodução/ Twitter)
Rafael Passos, sócio analista da Ajax Asset, disse que o mercado "comprou muito forte o nome de [Henrique] Meirelles" para comandar a Fazenda, mas segue na expectativa de que o nome dele seja confirmado. "Nomes que surgiram hoje, como o Haddad, deram esse susto nos investidores e refletiu na alta do dólar", contou o empresário.
"Pode até ser que o ministro seja um nome político, mas o mais relevante é ter uma equipe técnica mais firme. O mercado deve oscilar até ter, de fato, a definição dos nomes", disse Passos. Um dos nomes cogitados para assumir a pasta há algumas semanas, Henrique Meirelles foi o ministro da Fazenda no governo de Michel Temer e ex-presidente do Banco Central (BC) nos dois governos de Lula.
Foto destaque: Nome de Fernando Haddad, do PT, não agrada o mercado. Reprodução/ Twitter.