Nesta sexta-feira (23), o dólar à vista fechou o segundo dia seguido em alta e voltou a se aproximar dos R$ 4,80. No exterior, o Dollar Index subiu 0,5% e o dia foi marcado pelo recuo em relação aos ativos de risco após a divulgação de dados econômicos desanimadores na Europa e no próprio Estados Unidos. Além disso, frente ao real, a R$ 4,77 para venda, a moeda norte-americana subiu 0,2%.
Ainda que esses dois últimos dias tenham sido de valorização, a moeda americana fechou a semana em queda de 0,7%, significando uma quinta semana consecutiva de queda. Esse combo de semanas em queda do dólar não acontecia desde fevereiro de 2022. Assim sendo, no geral do mês, até essa sexta, a moeda da terra do Tio Sam recua mais de 5%. Fechando a sexta-feira em R$ 4,78.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) também caiu para a mínima de 5 meses, ficando 50,3 em junho, enquanto em maio foi 52,8. Nos Estados Unidos, o PMI preliminar da indústria bateu 46,3 nesse mês, sendo 48,4 em maio. Enquanto o PMI de serviços, ficou em 54,1, ante 59,9 do mês anterior.
Copom mantém taxa Selic em 13,75% nesse mês de junho. (Foto: Reprodução/BB Previdência)
Para Cleber Alessie, gerente de mesa da Commcor Corretora, essa persistência que a tendência do dólar seja de baixa vem de muitos fatores, como o andamento da votação do novo arcabouço fiscal no Congresso. Porém, ao mesmo tempo, ele lembra que a sinalização feita, na última quarta-feira (21), pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), de que a taxa básica de juros (Selic) pode permanecer em alta por mais tempo do que o previsto, manteve o diferencial de juros favorável a investimentos aqui no Brasil.
Alessie emenda que houve uma tendência surpreendente para a alta do dolar, mesmo em meio a todas as preocupações do exterior, o que consequentemente não fez o mercado de câmbio reagir tanto ao Copom.
Foto Destaque: Dólar, moeda norte-americana. Reprodução/UOL Economia