Segundo informações do jornalista Mauro Ferreira, em seu blog no site “g1”, a rainha do rock nacional, Rita Lee, que morreu segunda-feira (8), aos 75 anos, se contabilizando o single “Change” (2021), que foi lançado avulsamente há dois anos com músicas inéditas, deixou para trás discografia que contém 40 títulos oficiais, sendo que seis são álbuns com o grupo Os Mutantes, quatro com o Tutti Frutti e, em sua carreira solo, 18 álbuns de estúdio, seis discos ao vivo, sendo um deles, “Refestança” (1977), com participação de Gilberto Gil, e também cinco discos de remixes.
Em seu texto, o jornalista mostra que o número de títulos pode vir a crescer se um dia a gravadora Universal Music, que é detentora do acervo da Philips, lançar uma edição comercial do álbum que foi gravado no ano de 1973 por Rita Lee e a guitarrista Lucia Turnbull, sendo que as duas formaram a dupla “Cilibrinas do Éden” entre a saída do grupo Os Mutantes e a união que aconteceu com a banda Tutti Frutti.
— Rádio Sorte Music (@RadioSorteMusic) May 10, 2023
Post sobre o assunto. (Reprodução/Twitter/@RadioSorteMusic)
Tal álbum permanece fora da discografia oficial de Rita Lee há 50 anos, mesmo que tenha sido lançado de forma extraoficial em LP e CD no ano de 2008, em edições piratas que foram comercializadas no exterior possuindo arte psicodélica criada para o lançamento.
Quando o álbum foi lançado em edição oficial, foi intitulado “Cilibrinas do Éden”, no entanto o fato é que o disco se chamaria “Tutti Frutti”, originalmente, quando foi gravado em dezembro de 1973 no estúdio Eldorado, na cidade de São Paulo (SP), sob a batuta do produtor musical, iniciante na época, Liminha e com músicos como o baixista Lee Marcucci.
O problema é que o executivo que comandava a gravadora Philips na época, André Midani (1932 - 2019), descartou o lançamento do disco, de cujo repertório quase inteiramente autoral, a única que foi exceção foi a regravação do rock “Minha fama de mau” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1964), o primeiro grande sucesso do finado Erasmo Carlos (1941 - 2022), o rock “Mamãe Natureza”, primeira música que foi composta pela rainha do rock nacional depois da saída dos Mutantes, foi o único aproveitado.
Mas, segundo Mauro Ferreira, “Bad trip (Ainda bem)” é a versão embrionária da música que, lapidada e com versos alterados por Rita Lee, iria se tornar “Shangri-lá”, um dos hits do álbum lançado pela cantora no ano de 1980, já na fase que foi vivida com Roberto de Carvalho. Bem como “Gente fina é outra coisa” se tornaria, com outra letra, “Locomotivas”, tema da novela de mesmo nome exibida pela TV Globo em 1977.
Rita Lee e Lucia Turnbull apresentaram, entre rocks como “E você ainda duvida”, “Paixão da minha existência atribulada” e “Nessas alturas dos acontecimentos”, temas mais viajantes como “Festival divino” e “Vamos voltar ao princípio porque lá é o fim”.
Após ter iniciado em maio de 1973, a viagem das Cilibrinas do Éden terminou poucos meses em apresentação conturbada da dupla no evento "Phono 73", promovido pela gravadora Philips.
Depois do falecimento de Rita Lee, na noite desta segunda-feira, 8, é possível que o único álbum da dupla “Cilibrinas do Éden” ganhe uma primeira edição oficial no Brasil.
Ouça ao material na íntegra postado no YouTube (Reprodução/YouTube)
Inclusive, o material circula pela rede e foi postado na íntegra no YouTube há quse dez anos.
Foto Destaque: capa da edição extraoficial do álbum “Cilibrinas do Éden”, gravada por Rita Lee no ano de 1973. Reprodução/g1
