Música

Grammy Latino: Liniker vence premiação e faz história

Cantora e atriz brasileira é a primeira artista transgênero a conquistar a premiação na história da cerimônia, vencendo a categoria de melhor álbum de música popular brasileira.

17 Nov 2022 - 22h00 | Atualizado em 17 Nov 2022 - 22h00
Grammy Latino: Liniker vence premiação e faz história Lorena Bueri

Uma brasileira fez história em Las Vegas, no Grammy Latino realizado nesta quinta-feira (17). Sob aplausos da plateia, a cantora e atriz Liniker venceu a categoria de melhor álbum de música popular brasileira, se tornando a primeira artista assumidamente trans a ser premiada na cerimônia desde 1959, quando o evento começou a ser feito.


Momento em que Liniker é premiada no Grammy Latino. (Reprodução/ Twitter)


Para levar o inédito gramofone, Liniker teve que vencer vários concorrentes de peso. Com o álbum "Indigo Borboleta", ela deixou para trás "Pomares", de Chico Chico; "Síntese do Lance", de João Donato e Jards Macalé; "Nu com a Minha Música", de Ney Matogrosso; "Portas", de Marisa Monte e "Meu Coco", de Caetano Veloso.

Ao subir no palco e receber o prêmio, a vencedora da categoria se emocionou em meio à aplausos de pé da plateia presente. "Eu sou Liniker. Sou uma cantora, compositora e atriz brasileira. Hoje algo hisótrico acontece para a história do meu país: é a primeira vez que uma artista transgenêro ganha um Grammy!", disse a artista, em espanhol.

Em seguida, Liniker caiu em lágrimas e teve de se recompor para dar os agradecimentos à sua equipe. "Eles estão comigo desde o ínicio, sonhando junto comigo. Muito obrigada a todos vocês! Estou muito feliz, façam barulho!" pediu a cantora, falando o final em inglês e arracando mais aplausos em Las Vegas, nos Estados Unidos.


Liniker comemora o feito inédito em sua conta no Twitter. (Reprodução/ Twitter)


Há 53 anos, Wendy Carlos levou três estatuetas e se tornou oficialmente a primeira artista trans a vencer um Grammy. No entanto, ela teve medo de se apresentar como mulher mesmo se identificando com o gênero feminino desde criança, e acabou usando o nome artístico Walter Carlos até 1975. A revelação oficial veio apenas em 1979, uma década depois de sua premiação, em entrevista publicada pela Playboy.

A cerimônia só abriu as portas para as artistas assumidamente trans em 2019, com a escocesa Sophie sendo indicada na categoria de melhor álbum de dance e eletrônica. Aos 34 anos, ela morreu em 2021 de maneira trágica em Atenas, na Grécia, ao cair acidentalmente de uma varanda enquanto tentava tirar uma foto da Lua.

Foto destaque: Liniker emocionada após receber o Grammy Latino. Reprodução/ Twitter.

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