Nesta sexta-feira, 05/01, Zagallo nos deixou aos 92 anos. O ex-jogador, treinador e ícone do futebol brasileiro deixa como legado sua ardente paixão pela Seleção Brasileira, à qual dedicou sua habilidade em 263 partidas. Sendo o único tetracampeão mundial na história, Zagallo permanecerá como sinônimo de sucesso envergando a “amarelinha”.
Com um total de 17 títulos conquistados desempenhando papéis diversos, como jogador, treinador e coordenador técnico, Velho Lobo marcou presença em 263 partidas com a amarelinha, estabelecendo um vínculo que transcenderá o tempo. No ano anterior, durante a celebração dos 90 anos de Zagallo, o Esporte Espetacular dedicou uma matéria especial (confira acima) para relembrar toda essa rica história junto à Seleção.
Zagallo resumiu, em uma entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular, que a Seleção foi tudo em sua vida e representou o ápice de suas realizações, considerando um sonho realizado ter participado dos títulos brasileiros.
Como atleta, registrou 36 jogos representando a seleção nacional, acumulando 29 vitórias, quatro empates e três derrotas. Na posição de treinador, comandou em 131 partidas, obtendo expressivos 97 triunfos, 25 empates e apenas nove derrotas. Além de suas contribuições como técnico, desempenhou o papel de coordenador da Seleção Brasileira em 96 ocasiões, distribuídas entre os períodos de 1991 a 1994 e de 2003 a 2006, alcançando um balanço de 53 vitórias, 32 empates e 11 derrotas.
Galvão Bueno afirmou que Zagallo simboliza dedicação, uma vida dedicada ao futebol, e um profundo amor pela Seleção Brasileira.
Zagallo comemorando título de campeão mundial com os jogadores pela seleção brasileira, em 1994 (Foto: reprodução/Instagram/@zagallooficial)
Maracanazo
Refletir sobre o início dessa intensa paixão nos leva a uma grande desilusão. Em 16 de julho, na final da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã, o Brasil foi derrotado pelo Uruguai por 2 a 1, resultando no histórico Maracanazo e na quarta conquista mundial uruguaia. Curiosamente, nas arquibancadas, Zagallo desempenhava o papel de soldado da Polícia do Exército, encarregado de policiar o Estádio Jornalista Mário Filho.
Zagallo afirmou, em uma reportagem de Alex Escobar para o Bom Dia Brasil em 2010, ter absoluta certeza de que não era um pé-frio. Ele destacou que, ao testemunhar o Brasil jogar no Maracanã em 1950, jamais poderia imaginar que, oito anos depois, seria campeão do mundo pelo Brasil pela primeira vez.
Oito anos mais tarde, Zagallo fez sua primeira aparição na Seleção Brasileira durante a vitória por 5 a 1 sobre o Paraguai. Demonstrando sorte de estreante, ele contribuiu com dois gols no jogo. Essa atuação marcou o início de sua jornada rumo à Copa da Suécia, onde mais tarde conquistaria seu primeiro título mundial.
Homenagens a Zagallo
O repórter Tino Marcos, que acompanhou a Seleção Brasileira de 1990 a 2018, expressou sua opinião ao afirmar que Mario Jorge Lobo Zagallo foi quem mais amou a Seleção Brasileira. Ele destacou que, embora Pelé seja considerado o maior nome do futebol de todos os tempos, Zagallo é, para ele, o maior nome da Seleção em toda a história, com todo respeito ao Rei.
Após conquistar a Copa do Mundo como jogador em 1958 e 1962, Zagallo assumiu a liderança da Seleção Brasileira pouco antes da Copa do Mundo no México em 1970. Sucessor de João Saldanha como treinador, o Velho Lobo organizou uma equipe altamente ofensiva e triunfou em todas as partidas durante a memorável campanha do tricampeonato.
Clodoaldo, volante da Seleção de 70, destacou que a contribuição de Zagallo foi imensamente significativa na história do futebol. Ele considera a trajetória de Zagallo como uma história bela e vitoriosa, enfatizando que o título de campeão mundial pela Seleção Brasileira foi conquistado merecidamente.
Taffarel, ao falar sobre Zagallo, enfatizou a vibração característica do ex-treinador, destacando uma energia que, segundo ele, sempre esteve presente. Na opinião de Taffarel, se fosse para resumir Zagallo em uma palavra, seria "história". Ele considera Zagallo como uma figura representativa da história do futebol brasileiro.
Participante do título de 1994, quando Zagallo atuou como coordenador técnico sob a liderança de Parreira, e também presente na derrota de 1998 para a França, Taffarel expressa sua admiração por Zagallo. Na visão do ex-goleiro da Seleção Brasileira, o Velho Lobo é uma figura histórica.
Foto Destaque: Zagallo entregando a bola a jogador em jogo pela seleção brasileira (Reprodução/Instagram/@zagallooficial)