O chefe da equipe da Mercedes, Toto Wolff, revela que “não enxerga racismo” nesta geração da Fórmula 1 e comenta os motivos. “Não vejo qualquer racismo no atual estado da F1”, disse Toto. “Eu chamaria alguns dos meus colegas de vários adjetivos, mas não racistas.”
Filho de pai nascido na Romênia e de uma mãe nascida na Polônia, Wolff cresceu com o apoio de uma família de judeus, depois da morte do pai por um câncer cerebral. Pela razão de ter tido sua criação com uma família judia, de acordo com a publicação, o chefe da Mercedes foi cauteloso para não igualar o caso de Hamilton com o antissemitismo, mas não deixou de citar o que presenciou durante sua vida.
Ele comenta que o antissemitismo era bastante presente quando cresceu e afirma que viu a maneira como seus amigos eram chamados. “Vi como um grupo pode ser isolado."
Lewis Hamilton é o único profissional negro do grid da F1 e recentemente foi alvo de termos racistas. O piloto já falou sobre ataques que sofreu dentro da categoria e, inclusive, já comentou sobre preconceito fora de seu campo de trabalho, como por exemplo, o fato de ter sofrido agressão física ainda quando era criança.
Toto Wolff fez essa declaração alguns dias depois do racismo contra Lewis Hamilton vindo de Nelson Piquet. Na época do caso, a própria Mercedes, a Fórmula 1 e a FIA, publicaram notas divulgando o repúdio à situação, no entanto, nenhuma nota divulgou o nome do ex-piloto.
Quando Wolff comenta sobre Nelson Piquet e Bernie Ecclestone, ele acaba exagerando as idades de ambos, dando a entender que seria um tipo de menosprezo com relação à validade das declarações.
“Um tem 80 anos ou algo assim e o outro, 105 anos”, disse Toto. Nelson Piquet possui 70 anos e Ecclestone, 91.
O perfil da Mercedes, por meio do Twitter, fez uma publicação com a legenda, “Racism and discrimination have no place in our society, our sport or our team”, especificando que a discriminação e o racismo não tem lugar na nossa sociedade, esporte e até mesmo na equipe deles. Para Toto Wolff, as falas racistas não representam a geração nova que acompanha e é fã da modalidade. A resposta negativa depois dos episódios de preconceito seriam uma alta indicação de que a sociedade no geral pensaria duas vezes antes de cometer ou falar qualquer tipo de agressão.
Racism and discrimination have no place in our society, our sport or our team: this is a core belief at Mercedes. We aim to foster a global culture of respect and equality, and it is up to each and every one of us to stand up against racial prejudice. #FightRacism pic.twitter.com/SewNuP7e0C
— Mercedes-AMG PETRONAS F1 Team (@MercedesAMGF1) March 21, 2021
Publicação feita pelo perfil da Mercedes. (Reprodução/Twitter).
Importante destacar duas atitudes realizadas pelo piloto, que é um dos principais ativistas antirracistas, e sua equipe. Uma delas, foi o financiamento de bolsas de inclusão, aumentando assim, a representatividade do negro dentro do esporte. A outra atitude, foi o carro anunciado em uma temporada do ano de 2020 e que se manteve para o ano seguinte. Acontece que a cor tradicional do automóvel, prata, mudou para a cor preta, destacando assim, a defesa da equipe contra o preconceito.
Foto Destaque: Lewis Hamilton e Toto Wolff. Reprodução/Imago/Instagram.