Segundo pesquisa realizada pelo Espião Estatístico, de 2019 a 2023, técnicos estrangeiros passaram 50 dias a mais no comando de clubes da elite nacional do que treinadores brasileiros. Para a análise, foram considerados trabalhos com mais de 30 dias em clubes da série A.
Do total de 206 trabalhos analisados, sendo 163 de técnicos brasileiros e outros 43 de estrangeiros, estes últimos permaneceram, em média, 36% mais tempo no cargo, com duração média de 188 dias.
Os estrangeiros com trabalhos mais duradouros
A maior atuação de um técnico na Série A é do português Abel Ferreira, que totaliza 1.101 dias, desde novembro de 2020, no comando do Palmeiras, atual líder do Brasileirão, enquanto Vojvoda fica com a segunda maior atuação, que já soma 920 dias, desde maio de 2021, pelo Fortaleza.
Mesmo sem considerar os trabalhos de ambos os técnicos, os estrangeiros ainda assim ficariam na frente dos brasileiros, que sustentam uma média de 138 dias a frente de clubes nacionais, em comparação aos 148 dias dos técnicos gringos, sem contar a dupla mencionada acima.
Como isso aconteceu?
Tomando como referência a temporada de 2019 do Flamengo e o período de conquistas do Palmeiras em 2020, na época comandados por técnicos portugueses, outros clubes brasileiros passaram a investir na contratação de treinadores estrangeiros. Assim, profissionais de outros países foram ganhando cada vez mais espaço no futebol brasileiro, até se tornarem a maioria na Série A em julho deste ano.
Ainda que tenham alcançado este feito histórico, atualmente, os estrangeiros comandam apenas 6 dos 20 clubes da Série A, com Bragantino, Cuiabá e Palmeiras sob o comando dos portugueses Pedro Caixinha, Antônio Oliveira e Abel Ferreira, e Fortaleza, Internacional e Vasco sob direção dos argentinos Juan Vojvoda, Eduardo Coudet e Ramón Diaz.
Foto destaque: Gráfico de trabalhos por tempo de duração em temporadas de Série A, desde 2019, feito por meio de pesquisa realizada pelo Espião Estatístico (Reprodução/Divulgação/Espião Estatístico).