A jogadora profissional de vôlei, Tandara Caixeta, foi condenada por doping pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TDJ-AD) na última segunda-feira (23) em julgamento remoto que durou mais de oito horas. A condenação pelo uso da substância Ostarina foi unânime entre os três auditores, e a pena foi estipulada em quatro anos de suspensão, pena máxima pela infração.
A pena se dá de forma retroativa à data em que o exame foi coletado. De acordo com a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), o exame que apontou o uso indevido da substância foi feito no dia 7 de julho de 2021, o que significa que Tandara será liberada para voltar às quadras no dia de julho de 2025. A atleta ainda pode recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça.
Acerca da substância, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem afirmou em nota, ainda em 2021, que: "A ostarina é uma substância não especificada, proibida em competição e fora de competição. Pertence à classe S1.2 - Agentes Anabolizantes – Outros Agentes Anabolizantes – SARMS da Lista de substâncias e métodos proibidos da AMA-WADA (sigla da Agência Mundial Antidoping)"
Nas redes sociais, Tandara lamentou a condenação, que julgou como “injusta” e “desproporcional”.
Infelizmente, o entendimento da Primeira Câmara do TJDAD é incompatível com a melhor jurisprudência internacional.
— Tandara Caixeta (@TandaraCaixeta) May 24, 2022
Tandara lamenta condenação. (Foto: Reprodução/ Tandara caixeta)
Além disso, Tandara declarou o sentimento de estranheza em relação a vazamentos de processos sigilosos.
Confira a declaração na íntegra:
“Eu sempre fui movida a desafios e enfrentei muitas situações adversas durante a minha vida. Nunca me pronunciei abertamente sobre o caso do doping porque estava determinada a provar minha inocência, e ainda estou. Essa condenação é, particularmente, difícil pra mim porque estou sendo condenada por algo que não fiz e Deus sabe.
Eu tenho orgulho dos meus mais de 18 anos de carreira sem nenhuma mancha. Minha vida é o vôlei e quem me conhece sabe que não faria nada que pudesse destruir tudo isso que construímos em todo esse tempo.
Apesar de termos provas mais do que suficientes que mostram que fui contaminada, tive uma condenação injusta, desproporcional e precedida de um estranho vazamento de um processo que deveria ser sigiloso. Infelizmente, o entendimento da Primeira Câmara do TJDAD é incompatível com a melhor jurisprudência internacional.
Em todo o caso, vamos recorrer ao Plenário para que a justiça seja, de fato, reestabelecida. Respeito, mas não concordo com essa decisão de hoje. Lutarei, como sempre fiz, para provar minha inocência.
Agradeço o carinho e o suporte de todos nesse momento. O sentimento de injustiça é angustiante, mas com a ajuda de todos vocês vou superar esse momento e transformar essa situação em combustível para vencer mais essa batalha.”
A atleta foi suspensa preventivamente em 5 de agosto de 2021, em meio aos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na madrugada anterior à semifinal da seleção feminina de vôlei, Tandara e o Comitê Olímpico Brasileiro tomaram ciência da suspensão de Tandara devido a acusação de substâncias proibidas. Tandara deixou a Vila Olímpica antes mesmo do jogo da seleção.
A defesa da atleta afirma que Tandara sofreu de contaminação cruzada, e foram abertos dois processos contra farmácias do estado de São Paulo. Exames laboratoriais não acusaram a contaminação por ostaria nas substâncias utilizadas por Tandara Caixeta.
Foto Destaque: Tandara. (Foto: Reprodrução/Wander Roberto/ UOL)
