A Alemanha fez uma estreia decepcionante: com um bom primeiro tempo, os comandados de Hans-Dieter Flick não conseguiram a concentração necessária para segurar o ímpeto nipônico na segunda metade de partida. A falta de "decidir o jogo ainda no primeiro tempo" quando era muito superior à seleção asiática pesou e assim sendo, acabou por custar caro em um grupo agora ainda mais difícil
Primeiro tempo com amplo domínio alemão
Seleção alemã protestou antes do apito inicial contra as normas do país sede. Foto: Reproduçã0/Twitter
O primeiro tempo de jogo mostrou uma Alemanha tomando as rédeas da partida para si e um Japão acuado tentando explorar os contra-ataques. Após pouco produzir nos minutos iniciais, Daizen Maeda recebeu em condição irregular e, escorou para o fundo das redes, mas foi só.
O desenrolar da primeira metade de jogo o mostrou um DFB Team preocupado em dominar a posse de bola, e aproveitar ao máximo os espaços deixados pela defesa nipônica. Tanta pressão por pouco não resultou em gol, quando Rudiger de cabeça, levou muito perigo a meta de Gonda. O lado frágil do Japão (que em teoria era para ser protegido por Hiroki Sakai) seguiu se mostrando problemático e com isso as boas chances criadas por Gundogan começaram a aparecer, assim sendo, não tardaram para resultar em gol: após lance perigoso em arremate de fora da área e um lance onde o miolo defensivo japonês travou um gol certo, a bola estufou as redes quando o meia converteu um penal infantil cometido pelo goleiro do Japão.
A pressão alemã seguiu sem grande sucesso, mas sem permitir aos japoneses produzir muito além de se fechar na defesa, tentando levar para o segundo tempo, uma vantagem ainda mais desfavorável. No entanto, o 2 a 0 quase veio com Havertz, que empurrou a bola para o fundo das redes, porém, em posição irregular.
Japão surpreende pela postura e arranca uma vitória épica
Ritsu Doan comemora o gol que empatou a partida. (Foto: Jewel SAMAD / AFP)
Tendo apresentado um time bastante falho no primeiro tempo, o treinador Hajime Moriyasu corrigiu as principais falhas de sua equipe (sacando Daizen Maeda, Kubo e Sakai no decorrer da segunda metade) e com isso o Japão cresceu. A Alemanha tentou conter o ímpeto nipônico e manter a pegada da primeira metade: muita posse de bola e explorando alguns ataques esporádicos pelas laterais do campo.
Pouco a pouco a mudança de postura dos "samurais azuis" começou a se fazer valer, principalmente com a entrada de Asano no lugar de Maeda, que deu um novo fôlego ao ataque japonês (pressionando a defesa alemã a todo instante), assim como as entradas de Mitoma, Minamino e Doan que elevaram a técnica no meio de campo ofensivo da seleção asiática. Nos ataques da seleção europeia o azar começou a "gritar" quando Gnabry e Gundogan acertaram belos chutes, mas a bola insistiu em bater na trave, quando não era a trave, o goleiro Gonda operarava milagres na meta nipônica para não deixar o placar ficar mais elástico.
Com a melhora defensiva, coube ao setor ofensivo colaborar também e ajudar os japoneses, o que acabou acontecendo: após excelente trama protagonizada por Mitoma e Minamino, a bola sobrou para Doan escorar para o fundo das redes após rebote de Manuel Neuer. O gol inflamou os samurais azuis, que se aproveitaram do momento atônico dos alemãs e assim viraram o jogo com Takuma Asano, que fez valer seu apelido de "Jaguar" para ganhar da defesa em velocidade, após receber bola longa e soltar uma bomba que estufou as redes dos alemães.
Com a surpreendente desvantagem no marcador, coube a Alemanha tentar, sem sucesso, empatar o jogo. Prevaleceu o espírito samurai dos japoneses de nunca se renderem e conseguirem uma de suas vitórias mais expressivas em todo seu curto histórico no esporte mais popular do mundo.
Na próxima rodada a seleção asiática enfrenta a Costa Rica, no domingo às 07:00. A Alemanha por sua vez pega a Espanha no mesmo dia, mas as 16:00.
Foto Destaque: Takuma Asano comemora o gol da virada do Japão sobre a Alemanha. Reprodução/Twitter