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Seleção australiana grava vídeo em protesto contra a Copa do Mundo em Catar

Mais uma polêmica envolvendo a Copa do Catar invadiu a internet nesta semana. Confira a mensagem de protesto elaborada coletivamente pelos jogadores australianos.

28 Out 2022 - 10h45 | Atualizado em 28 Out 2022 - 10h45
Seleção australiana grava vídeo em protesto contra a Copa do Mundo em Catar Lorena Bueri

Nesta quarta-feira (26/10), o perfil oficial da Seleção Australiana de Futebol divulgou um vídeo com uma mensagem de protesto contra a histórica violação de direitos humanos ocorrida no Catar, país sede da Copa do Mundo 2022. Durante três minutos, 16 jogadores compartilharam uma mensagem coletiva sobre o assunto, muitos já haviam se posicionado individualmente.



O vídeo também foi publicado no perfil oficial da PFA, o sindicato de jogadores profissionais australianos e a Associação Australiana de Futebol divulgou uma carta no mesmo tom. As principais pautas levantadas pelos jogadores foram o sofrimento de trabalhadores migrantes no Catar e com o tratamento do país à comunidade LGBTQIA+

Existem valores universais que devem definir valores do futebol como respeito, dignidade, confiança e coragem. Quando representamos nossa nação, aspiramos incorporar esses valores”, lembram os jogadores.

Estão presentes no vídeo os jogadores Ryan, Irvine, Bailey Wright, Jamie Maclaren, Nick D'Agostino, Craig Goodwin, Danny Vukovic, Andrew Redmayne, Mathew Leckie, Mitchell Duke, Mitch Langerak, Denis Genreau, Cameron Devlin, Adam Taggart , Kye Rowles e o presidente da PFA (sindicato dos jogadores), Alex Wilkinson.

Vale ressaltar que eles não deixaram de fora as melhorias realizadas no país nos últimos anos. Eles destacam o desmantelamento do sistema kafala (que permitia aos empregadores retirar os passaportes dos trabalhadores e impedi-los de deixar o país). Mas isso ainda não é o suficiente. Para tal, os jogadores solicitaram um fundo de recursos para auxiliar os trabalhadores migrantes

“Esses trabalhadores migrantes que sofreram não são apenas números. Como os migrantes que moldaram nosso país e nosso futebol, eles possuem a mesma coragem e determinação para construir uma vida melhor”, disseram.


Trabalhadores do Catar ficam até cinco meses sem folga (Foto: Warren Little / Getty Images)

Trabalhadores do Catar ficam até cinco meses sem folga (Foto: Warren Little / Getty Images)


Em relação à questão LGBTQI+, o comunicado pede a “descriminalização de todas as relações entre pessoas do mesmo sexo”.

“Estes são os direitos básicos que devem ser concedidos a todos e garantirão o progresso contínuo no Catar. É assim que podemos garantir um legado que vai muito além do apito final da Copa do Mundo de 2022”, pontuou um jogador.

Esta não é a primeira equipe a denunciar as más condições de trabalho no Catar. A Dinamarca informou que irá utilizar um uniforme totalmente preto para homenagear os trabalhadores que morreram durante a construção de estádios e infraestrutura. 


Dinamarca carregará a cor do luto (Foto: Goran Stanzl Pixsell / MB Media / Getty Images)

Dinamarca carregará a cor do luto (Foto: Goran Stanzl Pixsell / MB Media / Getty Images)


Além disso, outras nove seleções devem usar braçadeiras “One Love”, com as cores do arco-íris, um símbolo de luta contra qualquer discriminação. Entre os participantes do movimento estão Harry Kane, da Inglaterra, Hugo Lloris, da França e Manuel Neuer, da Alemanha.


Neuer com braçadeira de capitão nas cores do arco-íris (Foto: AFP)

Neuer com braçadeira de capitão nas cores do arco-íris (Foto: AFP)


Foto destaque: Austrália divulga vídeo de protesto sobre Copa no Catar (Foto: Reprodução / Socceroos)

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