A partir deste sábado (18), ocorrerá a décima edição do Rio Open no Jockey Club brasileiro, que receberá nomes de peso do esporte como: Carlos Alcaraz e Stan Wawrinka, que chegam dispostos a protagonizar novos capítulos épicos na história do torneio. Desde 2014, a competição carioca se firmou como disputa única na América do Sul, tendo Rafael Nadal com o título e servindo de palco para o recorde de Alcaraz; ainda não teve um campeão de nacionalidade brasileira.
Um torneio especialmente diferente
Com sua estreia em 2014, o Rio Open tornou-se o primeiro ATP 500 da história do Brasil, e ainda continua sendo o único evento do tipo na América do Sul. Em todo o circuito masculino do tênis, há somente outras duas competições de mesmo nível que são disputadas no saibro: em Hamburgo, na Alemanha, e Barcelona, na Espanha. Em suas três primeiras edições, o Rio Open era um torneio também associado à WTA, com duelos femininos de simples e duplas, porém, a partir de 2017 passou a contar somente com a categoria masculina. No entanto, o Rio Open nunca viu um atleta conquistar o bicampeonato no simples, e ainda carrega um tabu que o torcedor brasileiro aguarda, ansiosamente, ser quebrado: ainda não viu um brasileiro levantar taças nas quadras do Jockey Club.
Em 2024, Cameron Norrie, Carlos Alcaraz, Laslo Djere e Cristian Garín (que começará no qualifying) tentarão alcançar a façanha de conquistar um segundo título. Até o momento, o Brasil conta com os seguintes representantes: Thiago Wild, Gustavo Heide, João Fonseca e Thiago Monteiro garantidos na chave principal de simples; Felipe Meligeni, Matheus Pucinelli e João Lucas Reis disputarão a etapa qualifying; nas duplas, Marcelo Melo, Rafael Matos, Marcelo Demoliner e Meligeni estão confirmados na chave principal (os dois últimos formarão uma parceria). Através de duplistas foi que o Brasil quase faturou o título do torneio com os atletas Marcelo Melo (2014 e 2023), Bruno Soares (2022), Thomaz Bellucci (2019) e Rogério Dutra Silva (2019), sendo vice-campeões.
Apesar das conquistas brasileiras não virem, o Rio Open segue a tradição de homenagear grandes nomes do tênis brasileiro. Entre os que já foram agraciados com honrarias, estão: Maria Esther Bueno, Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni, Flavio Saretta e Thomaz Bellucci. Nesta edição de 2024, Bruno Soares terá o seu legado evidenciado. Até agora, Espanha e Argentina encontam-se na liderança do ranking de conquistas no Rio Open. Ambos os países já tiveram títulos de seus atletas em seis oportunidades. Aliás, o primeiro a levantar a taça de simples masculino foi Rafael Nadal, que é a lenda do saibro.
Recordista em atividade
Esta será a quarta vez que Carlos Alcaraz participará do Rio Open. Ele já tem uma relação muito especial com a competição. Na edição de 2022, ao vencer Diego Schwartzman na final, o espanhol se tornou o mais novo a conquistar um título de ATP 500. Naquele ano, ele tinha apenas 18 anos de idade. Em 2020, o Rio Open já havia visto Alcaraz obter sua primeira vitória em um ATP. Por conta disso, o atual número 2 do mundo vibrou com a oportunidade de um retorno às quadras cariocas nesta próxima semana. "É um torneio especial para mim. Estou muito feliz de jogar. Tenho uma relação especial com os fãs e estou empolgado para ir ao Rio novamente", ressaltou o tenista espanhol.
Detalhes de um evento de primeiro mundo
A estrutura do Rio Open é composta por nove quadras de saibro. O destaque fica para a central que recebe o nome de Gustavo Kuerten e tem capacidade para 6.200 torcedores. A magnitude deste evento é tão grande que exige que a montagem de todo o complexo no Jockey Club comece com três meses de antecedência. Para a montagem e organização de suas quadras, arquibancadas e demais dependências do torneio, são necessárias de 600 a 800 toneladas de material, sendo transportadas entre 50 caminhões e tudo é desmontado após o fim do Rio Open.
Ao decorrer das nove edições anteriores, mais de 600 mil torcedores acompanharam as partidas de tênis, tendo seus jogos exibidos para 140 países, e o Rio Open já entregou mais de 14 milhões de dólares em premiação (algo em torno de R$ 70 milhões na cotação atual). Apenas em 2023, o torneio utilizou mais de 10 toneladas de pó de saibro, cinco mil bolas, além de 499 raquetes que foram encordoadas, totalizando 6 km de corda.
Foto Destaque: Banner promocional do torneio Rio Open 2024 (Reprodução/ATPTOUR/ RioOpean)