A vitória do Vasco sobre o Cruzeiro no último domingo (12) pela Série B do Brasileirão não só trouxe alegria para a torcida cruz-maltina, mas também escancarou a péssima relação entre os dirigentes dos quatro principais clubes do futebol carioca. O valor do aluguel cobrado foi a principal causa da fissura entre o vice-presidente Vitor Roma e o consórcio que administra o Maracanã formado por Flamengo e Fluminense.
O relacionamento de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo foi aproximado no ano passado com o debate sobre a organização do campeonato carioca sobre venda de direitos de imagem e patrocínios e evoluiu para uma mesa de negociações que trata das áreas de marketing e comercial.
Porém, houve uma ruptura do Vasco com Flamengo e Fluminense sobre a utilização do Maracanã, em que o valor fixado pela concessão do estádio é de R$90 mil, mas foi cobrado o valor de R$250 mil para mandar a partida contra o Cruzeiro. Sem resposta do consórcio, o Vasco acionou a Casa Civil, e está sendo analisada junto à Procuradoria do Estado.
Vasco derrotou o Cruzeiro por 1 a 0 pela Série B do Brasileirão (Foto: Reprodução/Daniel Ramalho/Vasco)
Além disso, o clube arcou com mais R$ 130 mil de despesas como água, luz, segurança e demais estruturas e não pôde lucrar com as receitas de consumo interno de bares e lanchonetes, em um jogo que colocou cerca de 65 mil torcedores no estádio, além do veto de uma faixa que o clube queria utilizar. O VP do Vasco, Vitor Roma, se mostrou traído com a decisão do consórcio: "É uma enorme decepção o que aconteceu. Tínhamos um ambiente de colaboração e achei que estávamos criando uma nova forma de conduzir o futebol no Rio, mas vejo que não é assim. O Vasco está fora da mesa de negociações com este pensamento".
Em contrapartida, o consórcio controlado por Flamengo e Fluminense divulgou uma nota que nega ter aplicado tratamento diferenciado para o Vasco: "FLAMENGO e FLUMINENSE são co-permissionários em razão da celebração de Permissão de Uso do Complexo Maracanã (“TPU”), de modo que o valor de R$ 90.000,00 (noventa mil reais), que costumam constar dos borderôs dos jogos realizados por estas equipes no estádio, refletem apenas uma rubrica para fins contábeis, não sendo efetivamente o preço de aluguel do estádio".
Foto Destaque: Torcida do Vasco. Divulgação/Vasco da Gama