O automobilismo é um dos poucos esportes no mundo em que as mulheres conseguem desafiar os homens de igual para igual devido as mínimas influências físicas necessárias para pilotar um carro em uma pista. No entanto, desde 1992, quando a piloto italiana Giovanna Amati competiu em três provas na temporada, nenhuma mulher corre na principal categoria do automobilismo mundial.
Algumas mulheres voltaram a chegar perto, dirigindo um carro de Fórmula 1 em treinos oficiais e testes, ou atuando como pilotos reservas das grandes equipes, mas nenhuma voltou a participar oficialmente de uma corrida.
A F1 Academy, principal categoria feminina das categorias de fórmula (Foto: reprodução/Instagram/F1 Academy)
More than Equal
Com o objetivo de mudar essa história, o ex-piloto de Fórmula 1, o escocês David Coulthard criou há cerca de um ano e meio, o programa “More than Equal”. O ex-piloto, ao lado de outras pessoas, tem em vista encontrar através de dados os melhores talentos femininos ao redor do mundo, além de inseri-las em um programa de desenvolvimento para jovens atletas do esporte a motor, especialmente para mulheres.
Em entrevista para a Forbes, a CEO do programa, Ali Donnelly comentou sobre o programa.
“Tivemos muitas iniciativas excelentes no automobilismo e há muitos programas, marcas e equipes que estão fazendo coisas boas, como a F1 Academy. Mas nosso conceito é um pouco diferente.”
Objetivos do programa
De acordo com a CEO, o programa quer descobrir esses jovens talentos com antecedência, para que eles atinjam com mais facilidade competições mais importantes.
Através de publicações da “More than Equal” é afirmado que diversas atletas que estão começando possuem pouco conhecimento a respeito das categorias na qual disputar e também sobre quais treinamentos realizar para que alcancem resultados melhores.
Treinamentos para os futuros talentos
Ainda de acordo com Donnelly, é esperado que em maio, a “More than Equal” anuncie seu primeiro grupo de pilotas que integrarão a equipe de desenvolvimento do projeto.
Neste treinamento, o programa que acompanhará as corridas das atletas e fornecerá relatórios de engenheiros e mecânicos. Além disso, realizará preparação física com as jovens, como também acompanhamento médico e psicológico.
A ideia é que durante esse processo, haja também consultas com profissionais do meio automobilístico que darão dicas de como elas deverão melhorar seu marketing pessoal, além de inseri-las no meio dos agentes, das marcas e de possíveis investidores. Algo que é comum, nos mais diversos esportes ao redor do mundo.
Em pesquisas recentes realizadas pelo programa, foi dito que cerca de 40% dos fãs de automobilismo são mulheres, mas que, no entanto, apenas 10% dos pilotos são do sexo feminino. E esse é um dos grandes fatores pelo pouco crescimento das mulheres no esporte.
Foto Destaque: Brasileira Aurélia Nobels (dir.) e espanhola Maya Weug (esq.), pilotas da academia da Ferrari, ao lado do Charles Leclerc, piloto da Ferrari na Fórmula 1 (Reprodução/Instagram/Aurelia Nobels)