Um estudo da Fifa e do Sindicato Mundial de Jogadores de Futebol (Fifpro) revela que, durante a Copa do Mundo Feminina de 2023, cerca de 20% das jogadoras sofreram ataques online. Ferramenta de Inteligência Artificial foi utilizada para proteger mais de 700 atletas, treinadoras e dirigentes de ofensas online na competição.
Milhares de ataques a jogadoras foram identificados
Os dados divulgados pela Fifa e Fifpro, mostram que das 152 atletas inscritas na competição, 20% delas foram alvo de mensagens de comentários ofensivos, como mensagens discriminatórias e ameaças. O SMPS (Serviço de Proteção de Mídias Sociais) analisou mais de 5 milhões de postagens e comentários, 2,1 mil contas de redes sociais pessoais e 239 contas de entidades esportivas.
Discursos homofóbicos, sexistas ou com algum tipo de abuso sexual representam 50% dos ataques registrados no levantamento.
Gráfico mostra as dez seleções que mais receberam ataques online durante a competição feminina (Reprodução/FIFPRO)
Jogadoras foram mais atacadas do que jogadores da Copa do Mundo masculina
O estudo compara a edição feminina de 2023, realizada na Austrália e na Nova Zelândia, com a Copa do Mundo Masculina do Catar em 2022. As jogadoras estiveram 29% mais expostas a mensagens de ódio e abusos online. Das mensagens analisadas no Mundial Feminino (0,14% do total), foram consideradas abusivas, enquanto no Mundial Masculino as mensagens de ódio representaram 0,10% do total.
Uso da inteligência artificial no combate as mensagens de ódio
A ferramenta que identifica e remove discursos de ódio, usada pela sétima vez em competições da Fifa, tem sido uma aliada no combate a cibercrimes. Gianni Infantino, presidente da Fifa, explica: “Não pode haver lugar nas mídias sociais para aqueles que abusam ou ameaçam alguém, seja nos torneios da Fifa ou em qualquer lugar […] Graças ao SMPS, introduzido há um ano pela Fifa com apoio da Fifpro, ajudamos a reduzir a exposição de jogadoras, times e dirigentes ao abuso online e ao discurso de ódio”.
Além disso, a Fifa e a Fifpro realizaram levantamentos sobre cansaço e saúde mental das jogadoras durante a competição de 2023."
Foto destaque: Seleção espanhola comemorando a Copa do Mundo de 2023 (Reprodução/Carl Recine/Reuters)