Pelo jeito, a ciranda de troca de técnicos no futebol brasileiro, desperta, após um ciclo relativamente estável, desde janeiro desse ano. A ultima “vítima” é o ex técnico do São Paulo, Rogério Ceni. Após um começo de temporada irregular, Ceni, desde 2022, flertou com a instabilidade no São Paulo. A incompatibilidade de aplicar ideias inovadoras, principalmente do futebol europeu, onde o ex técnico fez muitos cursos e reciclagens, trombou com um elenco burocrático e mesclado entre caras antigas e revelações da base. Nos bastidores, pesou também a falta de tato de Ceni, no vestiário e em coletivas, onde constrangia o elenco, sempre delegando as derrotas aos jogadores.
Rara exceção num cenário incerto para os comandantes, é Abel Ferreira. Com uma lista interminável de títulos, o técnico português chegou no Palmeiras em novembro de 2020 e conseguiu feitos que a torcida alviverde nunca imaginaria. Num ciclo de um ano, duas conquistas de Libertadores, encima de grandes rivais como Santos e Flamengo e outros torneios de destaque. É certo que passou em branco na tentativa de dois campeonatos mundiais, mas a identificação do técnico com sua torcida e jogadores, é incontestável.
Alguns ciclos foram naturais. A despedida de Felipão do comando do Athlético Paranaense, foi um caso de planejamento prévio. Felipão segue no banco do time, agora, como coordenador técnico e mentor. O Cruzeiro sentiu a transição de série B para a elite do futebol e perdeu Paulo Pezollano. Em seu lugar, veio o técnico Pepa, do futebol português.
Na carona dessa interminável ciranda, Vitor Pereira, depois de um desligamento conturbado no Corinthians, em 2022, não convenceu a massa flamenguistas. Após sequência de fracassos, com uma passagem desoladora pelo mundial de clubes da FIFA, Vitor Pereira caiu nesse mês. Para sua vaga, buscaram o argentino Sampaoli, já acostumado com boa parte do elenco do rubro negro carioca.
Rogério Ceni é demitido do comando do São Paulo e engrossa tendencia de alta na troca de comandos dos times para o Brasileirão. Fonte/Reprodução SPFC.Net
O Goiás perder Guto Ferreira e segue atrás de substituto. Fato que 2023, segue abaixo, segundo estatísticas, 67% a menos que a temporada anterior, no quesito troca de técnicos. E muito longe do recorde absoluto de 2005, com o astronômico ranking de 18 trocas, onde apenas 6 equipes permaneceram com seus técnicos da temporada anterior.
Com a troca de Ceni e a possível sondagem por Dorival Junior, para assumir a nova fase do São Paulo, o estável Abel Ferreira poderá vir a disputar com o décimo quarto técnico recém assumido, os próximos duelos no Brasileirão 2023, desde que assumiu no comando do Verdão.
Foto Destaque ciranda de técnicos em 2023 começa com nova alta. Fonte/Reprodução UOL