No dia 23 de agosto, o Ministério Público pediu o adiamento do jogo entre Corinthians e Palmeiras, que ocorrerá neste domingo (03), às 16h. Apesar do envio do ofício, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou à Federação Paulista de Futebol (FPF) que nenhuma alteração será feita e a data do Dérbi será mantida.
Há um certo receio de haver um encontro entre as três maiores torcidas do estado paulista e ocorrerem episódios violentos nos transportes públicos, meio mais utilizado para a movimentação dos torcedores. Isso porque, após o clássico entre os rivais, que será realizado na Neo Química Arena, em Itaquera, haverá um jogo no Morumbi entre São Paulo e Coritiba, às 20h30. Ambos os jogos são válidos pelo Campeonato Brasileiro.
Procurador se posiciona
Membro da Comissão de Combate à Violência no Futebol em São Paulo, o procurador Paulo Castilho afirmou que a segurança pública deve sempre ser a prioridade e que, mesmo com uma enorme mobilização da Polícia Militar, o número de torcedores será muito maior:
“Serão 40 mil corintianos saindo de Itaquera depois do jogo, às 18h30. Vamos ter 50 mil são-paulinos indo para o Morumbi, por volta do mesmo horário. É muita gente, e eles podem se encontrar no trem e no metrô”.
Castilho ainda lembrou que outros eventos serão realizados no domingo. No Allianz Parque haverá a final da Copa Pioneer, torneio de várzea e que receberá cerca de 40 mil pessoas, além do festival The Town, em Interlagos, que contará com a presença de 100 mil pessoas. De acordo com ele, “por mais que despejem policiais na rua, não vai ter em todos os pontos”, e um pedido para a Justiça postergar o Dérbi não é descartado.
CENAS LAMENTÁVEIS!
— JESUS ARAUJO LIMA (@jesusaraujolima) February 10, 2023
VÂNDALOS!
Torcidas organizadas de Corinthians e Palmeiras brigam em São Paulo. Durante madrugada, a Mancha Verde, "torcida organizada do Palmeiras, emboscou ônibus da Gaviões da Fiel," torcida organizada do Corinthians. pic.twitter.com/jYI355M73c
Briga de torcidas organizadas de Palmeiras e Corinthians. (Vídeo: Reprodução/Twitter/@jesusaraujolima)
Histórico de violência entre torcidas
O confronto entre torcidas é uma preocupação vigente há tempos da CBF e da Polícia Militar, e o histórico de violência recente demonstra que tal angústia é válida, isso em todo país. Vale lembrar do caso recente do confronto entre torcedores de Flamengo e Palmeiras nos arredores do Allianz Parque, no jogo do dia 08/07, também válido pelo Brasileirão, e que culminou na morte da palmeirense Gabriela Anelli.
Em São Paulo, mesmo com ordens emitidas pela cúpula da facção do PCC (Primeiro Comando da Capital) e os consequentes comunicados emitidos pelas torcidas organizadas de Palmeiras (Mancha Verde), Santos (Torcida Jovem) e São Paulo (Independente), em fevereiro deste ano, a apreensão por novos conflitos sempre permanece.
A realização dos dois jogos na mesma data foge do que as entidades têm feito nos últimos anos. Tem sido comum os jogos do chamado Trio de Ferro serem marcados em diferentes data, objetivando evitar o encontro das torcidas rivais.
Foto destaque: Estádio Neo Química Arena. Reprodução/Twitter/@futebol_info