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Espanha conta com gol decisivo de Oyarzabal e conquista o tetra da Eurocopa de forma invicta

Quarto título espanhol na competição ocorre 12 anos após a última conquista e é a terceira no século XXI; ingleses seguem com jejum de 58 anos sem um título continental ou mundial

14 Jul 2024 - 18h00 | Atualizado em 14 Jul 2024 - 18h00
Espanha conta com gol decisivo de Oyarzabal e conquista o tetra da Eurocopa de forma invicta Lorena Bueri

A Seleção Espanhola venceu a Inglaterra por 2 a 1 e conquistou a edição de 2024 da Eurocopa, a quarta de sua história, numa final realizada no Olympistadion, em Berlim, na Alemanha. Os gos da Furia foram de Nico Williams e Mikel Oyarzabal, enquanto o gol inglês foi de Cole Palmer.

Este foi o terceiro título de Eurocopa da Espanha no Século XXI. O primeiro, em 2008, veio após 42 anos da primeira conquista, em 1964. Já o segundo, em 2012, sacramentou a primeira – e até agora, a única – vez que uma seleção ganhou duas edições seguidas. A conquista de 2024 quebra o jejum de quase 12 anos desde a conquista anterior e marca a Roja como a primeira tetracampeã do torneio continental.

Campanha invicta

La Roja não perdeu uma partida sequer na edição e, das oitavas de final até a partida decisiva, foram à prorrogação em apenas um jogo. Foi a primeira vez em uma Eurocopa que uma seleção venceu todos os sete jogos.

A primeira fase espanhola foi de nove pontos no grupo B, considerado o “grupo da morte” da competição. No primeiro jogo, um 3 a 0 sobre a Croácia, seguido de uma vitória por 1 a 0 sobre a Itália – um gol contra de Calafiori – e a garantia da primeira posição em outro 1 a 0 apertado contra a Albânia.

Nas oitavas de final, os espanhóis golearam a Geórgia por 4 a 1. Já nas quartas, eliminaram a anfitriã por 2 a 1, na prorrogação, após sofrerem o empate aos 44 minutos da segunda etapa e garantirem a classificação com um gol de Mikel Merino, no penúltimo minuto do segundo tempo do tempo extra.

A Furia virou sobre a França nas semifinais, na vitória por 2 a 1 que foi definida ainda no primeiro tempo com os gols de Lamine Yamal e Dani Olmo. Por fim, na final, saíram na frente no início do segundo tempo, sofreram o empate aos 28 minutos da etapa e ampliaram aos 40 minutos, em um gol construído numa sequência de passes e que sacramentou a campanha e a formação de uma nova era na Seleção Espanhola.



Domínio espanhol nas premiações individuais

Os jogadores da Espanha trouxeram o favoritismo de suas atuações e da campanha da seleção para as premiações individuais da competição. Lamine Yamal, com 17 anos completos na véspera da final, foi escolhido como o melhor jogador jovem. Ele foi autor do gol de empate da Espanha contra a França na semifinal, além de ser líder de assistências, com 4 passes – um deles para Nico Williams, no primeiro gol da Furia na final.

Já o volante Rodri, que não jogou o segundo tempo após sentir uma lesão, foi considerado o melhor jogador da competição. Ele foi autor de um gol no torneio, na goleada sobre a Geórgia nas oitavas de final. Segundo o Sofascore, Rodri teve precisão de passes por partida de 93%, além de uma média de 6,8 bolas recuperadas por jogo na competição. Sua atuação por todo o meio de campo, ofensiva e defensivamente, contribuiu para o funcionamento do meio campo espanhol.

A artilharia também foi um fator de destaque. Seis jogadores empataram na primeira colocação, com três gols cada: Harry Kane (Inglaterra), Dani Olmo (Espanha), Georges Mikautadze (Geórgia), Jamal Musiala (Alemanha), Cody Gakpo (Holanda) e Ivan Schranz (Eslováquia). Olmo, no entanto, recebeu o prêmio da categoria no Olympistadion.



Reservas marcam gols em segundo tempo mais agitado

Apesar de uma primeira etapa tensa, com um domínio de posse de bola espanhol e criações de jogadas que fizeram ambas as seleções trabalharem defensivamente, as jogadas decisivas, finalizações e gols só aconteceram na segunda etapa. Dois dos três gols do jogo vieram de reservas e, consequentemente, de mudanças efetivas dos treinadores Luis de la Fuente e Gareth Southgate: o gol de empate de Cole Palmer pela Inglaterra e o gol da vitória espanhola, de Mikel Oyarzabal. Ambos os jogadores entraram em um intervalo de dois minutos e seus gols, numa diferença de 13.

No geral, as alterações espanholas, sem contar a troca de Rodri (lesionado) por Martín Zubimendi, foram para conter o esquema tático 4-2-3-1 e os avanços ingleses, ao mesmo tempo que a entrada de Oyarzabal no lugar de Morata foi para dar maior poderio ofensivo. Já pela Inglaterra, Southgate usou de seus reservas como uma possível cartada ofensiva, pois tirou Harry Kane, Mainoo e Phil Foden para colocar Ollie Watkins, Cole Palmer – autor do gol – e Ivan Toney. O empate trouxe a parcela efetiva das mudanças, mas a falta de foco na defesa logo trouxe a parte inefetiva.

Resumo da partida


Primeiro tempo

Os primeiros 45 minutos, apesar das chegadas de ambas as seleções em momentos distintos da etapa, não foram de chances claras de gol. Os espanhóis dominaram a posse de bola, com 69%, e construíram as melhores alçadas para a grande área. No entanto, o sistema defensivo inglês, principalmente com Stones, foi efetivo para barrar jogadas de Lamine Yamal e John Stones.

A situação mais perigosa da Espanha aconteceu aos 12 minutos, quando Rodri cabeceou a bola cruzada de um escanteio e Le Norman, de bicicleta, mandou a bola para fora, com certo perigo para o gol inglês.

A Inglaterra chegou na área por duas vezes. A primeira foi com Bukayo Saka e Kyle Walker, pelo lado direito, aos 14 da etapa: o passe do ponta para o lateral levou à condução para a linha de fundo. Walker tentou o cruzamento baixo, mas a defesa espanhola mandou para escanteio. Já a segunda, mais perigosa, foi aos 45 minutos, num cruzamento de Declan Rice em cobrança de falta que resultou no chute sem ângulo de Phil Foden, defendido em dois tempos por Unai Simón.

Segundo tempo

Antes do início da etapa, o treinador espanhol Luis de la Fuente substituiu Rodri por Martín Zubemendi. O camisa 16 e capitão da Roja sentiu uma lesão no final da etapa e não conseguiu prosseguir.

A mudança de ritmo da partida veio logo no primeiro minuto da etapa, com o primeiro gol espanhol: a jogada, que começou com o passe de Fabián Ruiz para Carvajal, prosseguiu pelo lado direito, quando o lateral-direito acionou Lamine Yamal. O jovem atacante conduziu em direção à grande área e, ainda fora dela e sob a marcação de três defensores ingleses, achou o momento exato para dar assistência para Nico Williams, livre pelo lado esquerdo da grande área e com um chute rasteiro no canto direito do gol, o esquerdo de Pickford, sem dar chances para o goleiro inglês.



Aos três minutos, os espanhóis tiveram a chance de ampliar o placar, mas sem sucesso: Le Normand, da defesa, fez o passe longo e alto para Morata. O camisa 7 encontrou Carvajal pelo meio e o lateral-direito inverteu para Nico Williams. O passe do atacante foi para Olmo, que chutou para fora, porém, próximo ao gol de Pickford. Álvaro Morata teve uma chance aos 10 minutos, após passe infiltrado de Yamal. No entanto, a bola não teve direção ao gol e Stones completou ao afastar para a lateral.

A sequência de criações espanhola seguiu segundos depois, quando Fabián Ruiz dominou o afastamento errado de Rice e acionou Nico Williams que, próximo da meia lua, chutou rasteiro e viu a bola passar muito perto da trave inglesa.

Gareth Southgate fez a primeira mudança da Inglaterra com 15 minutos, quando arriscou colocar Ollie Watkins, autor do gol contra a Holanda que classificou o English Team para a final, no lugar de Harry Kane.

A Inglaterra voltou ao ataque aos 18 minutos com Jude Bellingham. O camisa 10 recebeu o passe de Bukayo Saka e, com um giro, saiu de três marcadores. O chute forte, no entanto, foi para fora. Dois minutos depois, os espanhóis voltaram ao ataque com uma sequência de passes que resultaram na chegada da bola para Yamal. O camisa 17 driblou Stone e finalizou rasteiro de fora da área, porém viu Pickford espalmar para escanteio.

A segunda alteração de Luis de la Fuente veio com 22 minutos, quando Álvaro Morata saiu para a entrada de Mikel Oyarzabal. O capitão e camisa 7 da Furia foi aplaudido pela torcida presente no Olympistadion, como uma forma de reconhecimento pela atuação na competição e por atingir a marca de 17 jogos com a camisa da Espanha em Eurocopas, sendo assim o jogador que mais jogou pelo país na história da competição. Dois minutos depois, Southgate sacou Mainoo para colocar Cole Palmer em campo. Ambas as substituições fizeram efeito direto no placar, minutos depois.

A Espanha chegou mais duas vezes ao ataque: com 24 minutos de etapa, Fabián Ruiz recebeu a bola de Le Normand e finalizou por cima do gol. Já no minuto seguinte, Oyarzabal, na área e sem ângulo, finalizou nas mãos de Pickford.

O efeito da mudança de Gareth Southgate veio aos 25 minutos: Cole Palmer, no meio do campo, acionou Bukayo Saka pela direita. O camisa 7 da Inglaterra conduziu até a entrada da grande área, quando tocou para Bellingham. O camisa 10, sob marcação, deu o passe recuado para Palmer que, de primeira e fora da área, deu um chute rasteiro forte no canto esquerdo – o direito de Unai Simón -, sem chances para o goleiro espanhol. Assim saiu o empate inglês e a esperança momentânea para jogadores e torcedores, que eram a maioria no estádio.



Dez minutos após o empate, a Espanha voltou a atacar com efetividade: a perda da bola de Cole Palmer, no meio campo, resultou no contra-ataque espanhol iniciado por Nico Williams. O camisa 17 conduziu a bola até encontrar Dani Olmo, com quem tabelou a passes altos. No último toque, Olmo fingiu que dominaria, mas deixou para Lamine Yamal que, de primeira, chutou baixo e viu Pickford espalmar.

O gol do tetra espanhol saiu aos 41 minutos da etapa: após recomposição a partir da cobrança de lateral, a bola chegou ao ataque por vários passes: de Laporte para Fabián Ruiz, que encontra Dani Olmo. O camisa 10 logo encontrou Oyarzabal e o centroavante acionou Cucurella pela esquerda. O lateral-esquerdo, que muito foi vaiado pelos ingleses e ovacionado pelos espanhóis durante o jogo – fruto da polêmica do pênalti não marcado para a Alemanha nas quartas de final, cuja bola bateu em sua mão e o VAR não viu toque intencional -, deu a assistência decisiva para Oyarzabal, num carrinho e com a lateral do pé, tirar as chances de os ingleses quebrarem o longo jejum que perdura desde a conquista da Copa do Mundo de 1966.



A Inglaterra ainda teve uma clara chance de empate aos 44 minutos da etapa, fruto de uma cobrança de escanteio: Cole Palmer cruzou e Declan Rice, num efeito surpresa, apareceu desmarcado para cabecear a bola que Unai Simón espalmou. No rebote, Marc Guéhi tentou também de cabeça e Dani Olmo salvou de forma heróica, de cabeça e em cima da linha. Na última tentativa de cabeça, Rice mandou para fora.


Melhores momentos de Espanha 2 x 1 Inglaterra, pela final da Eurocopa (Vídeo: reprodução/YouTube/ge)


Próximos jogos

Ambas as seleções voltarão a campo pela Liga das Nações, em setembro, porém em divisões diferentes.

A Espanha, pela liga A e no grupo 4, visitará a Sérvia para jogar a primeira rodada no dia 05 de setembro, às 15h45 (horário de Brasília), no Rajko Mitic Stadium (Estádio Estrela Vermelha), em Belgrado.

Já a Inglaterra jogará a liga B, no grupo 2. Sua estreia será fora de casa, contra a Irlanda, no dia 07 de setembro, às 13h (horário de Brasília), no Aviva Stadium, em Dublin.


Foto Destaque: elenco da Seleção Espanhola comemora tetracampeonato da Eurocopa em Berlim (Reprodução/X/@SEFutbol)

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