Ao que parece, a briga extracampo entre os dirigentes de Botafogo e Palmeiras irá ganhar novos capítulos. Após John Textor, dono da SAF Botafogo, ter visto as suas supostas provas de corrupção na arbitragem brasileira serem invalidadas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e receber novas críticas da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, o dirigente pretende levar o caso aos tribunais americanos.
A relação entre os mandatários tem se tornado cada vez mais distante por conta de acusações de que o clube paulista foi beneficiado nos dois últimos campeonatos brasileiros de futebol com auxílio da arbitragem da CBF. Textor chegou a contratar uma empresa especializada no ramo esportivo para comprovar suas teorias, mas após análise, suas provas foram descartadas pelo STJD, e o americano ainda pode sofrer sanções no futebol nacional e pagamento de multa milionária.
Processo será levado os tribunais americanos
A revolta do americano com todas as críticas que vem recebendo de outros dirigentes, inclusive de Leila Pereira, que chegou a pedir "uma punição exemplar" deixaram o dono da SAF irritado. Textor afirma que contratou Paul Tuchmann, promotor do caso "Fifagate", que desarticulou o maior esquema de corrupção no futebol mundial, em 2015. A investigação culminou com a prisão de José Maria Marin, presidente da CBF na época, além de outros dirigentes internacionais.
O dono da SAF Botafogo quer que Leila seja julgada em território americano. Baseado em uma premissa assinada por John Biden, no final de 2023, a ordem prevê que pessoas julgadas por atos ilícitos na justiça americana, tenham sua entrada no país, negada. "Não é um crime, porque Leila não fez nada nos EUA, mas é uma regra anticorrupção. Diz que as pessoas que impedirem ou obstruírem investigações anticorrupção podem perder seus vistos e podem perder seu direito de visitar os EUA", disse Textor.
A ira do dirigente também pode se estender a outras pessoas ligadas ao futebol brasileiro. O auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva também foi citado por ter "cruzado a linha". Após sugerir que Textor seja suspenso do futebol nacional por seis anos e pague uma multa estipulada em R$ 2 milhões, o americano afirmou que "esta foi só uma sugestão de um torcedor do Palmeiras", ironizando o fato do magistrado torcer para o clube alviverde e ter proposto a punição.
Leila Pereira, presidente do Palmeiras (Foto: reprodução/Instagram/@leilapereira)
Textor diz que Leila "cruzou a linha"
Paul Tuchmann, hoje atua no setor privado, o que facilitou sua contratação, por John Textor, para atuar como advogado de acusação contra os dirigentes brasileiros. "Estou bem representado [na Justiça dos EUA]. Leila cruzou a linha. Este senhor Mauro cruzou a linha". Atacado por dirigentes, clubes e atletas citados em seu relatório, o americano promete "olhar de forma responsável o que pode ser feito".
As assessorias de Leila Pereira e do Palmeiras informaram que não irão responder as recentes declarações, pois já expuseram suas opiniões sobre o mandatário do Botafogo.
Foto destaque: John Textor, dono da SAF Botafogo (reprodução/Vítor Silva/Botafogo)