A atleta Nasra Abukar, de 20 anos, foi escolhida para representar a Somália nos 100 metros rasos no Mundial de Jogos Universitários, realizados em Chengdu, na China. Ainda que não ficasse no pódio, era esperado que a corredora demonstrasse algum tipo de experiência no esporte, o que não aconteceu.
Nasra terminou em oitavo e último lugar e pior com o tempo de 21s81, mais de dez segundos atrás da vencedora da prova, a brasileira Gabriela Silva Mourão, que cruzou a linha de chegada com 11s58. O desempenho da atleta somali é o pior tempo já registrado nos jogos.
Desempenho gera suspeitas
A prova viralizou nas redes sociais e levantou dúvidas sobre sua preparação e capacidade atlética para competir em um evento de nível tão alto. O ministro dos esportes da Somália, Mohamed Barre, declarou que iniciará uma investigação para apurar a escolha de Nasra como representante da nação africana nos 100m. Barre chamou o episódio de vergonha para o país.
“O que aconteceu hoje não representa o povo somali, pedimos desculpas ao povo somali”, afirmou o ministro.
A principal suspeita é que Nasra Abukar teria sido escolhida para a prova por ser sobrinha de Khadija Aden Dahir, vice-presidente da Federação de Atletismo da Somália. Antes da competição, Dahir postou em suas redes sociais um texto parabenizando a sobrinha.
Desde o início, a inclusão de Nasra na equipe somali gerou questionamentos sobre a influência de sua conexão familiar. Muitos críticos argumentaram que sua qualificação pode ter sido facilitada devido à sua relação com Khadija Aden Dahir.
Gabriela Mourão (Foto: reprodução/atletismosudamericano)
Brasileira dá show
Enquanto a corredora da Somália se destacou por seu desempenho pífio, a velocista brasileira, Gabriela Silva Mourão, deu um show na prova. Liderando desde o início, Gabriela dominou a prova e chegou ao ouro com folga. Mais uma jovem atleta que pode dar muitas alegrias ao país.
Foto destaque: Nasra Abukar. Reprodução/BBC