Stéphanie Frappart (França), Salima Mukansanga (Ruanda) e Yoshimi Yamashita (Japão), serão os ilustres nomes que romperam a tradição do campeonato mundial, as quais irão se tornar as primeiras árbitras a apitar os jogos da Copa do Mundo, com previsão de início em 20 de novembro, no domingo.
Stéphanie Frappart. (Foto: Divulgação/Instagram)
Em contramão ao país-sede conhecido pela baixa liberdade de gênero, as três pioneiras foram convocadas pela quebra de tabu em seus respectivos trabalhos, cujo farão parte de um coletivo de 36 árbitros principais. Além das três, a brasileira Neuza Back, a mexicana Karen Díaz Medina e a americana Kathryn Nesbitt serão responsáveis pela assistência de campo – também uma conquista, visando este meio como também tendo sido predominantemente masculino.
‘’Há vários anos elas vêm colecionando atuações de alto nível’’, disse o ex-árbitro italiano e atual presidente do comitê de Arbitragem da FIFA, Pierluigi Collina. Parabenizando-as.
Para Frappart, de 38 anos, que já se tornou a primeira mulher a apitar partidas do Campeonato Francês, Supercopa da Europa, Liga dos Campeões, Ligue 2 e a final da Copa da França, a Copa do Mundo é o ponto alto esperado de um avanço no universo da arbitragem.
‘’Estou muito emocionada porque não era algo que eu necessariamente esperava’’, revelou a francesa.
A Japonesa Yamashita revelou à agência de notícias AFP que apitar um mundial é uma grande responsabilidade, mas que esta feliz por se encarregar disso. A ex-professora de Educação física também se tornou inovadora, sendo a primeira mulher no comando de um jogo da Liga dos Campeões as Ásia, em 2019.
Por sua vez, Mukansanga, de 34 anos, foi a primeira mulher a dirigir uma partida da Copa Africana de Nações, no início de 2022. A árbitra ruandesa, que curiosamente sonhava em ser jogadora de basquete, com seus 20 anos de idade já apitava partidas do Campeonato Nacional Feminino de Futebol, em Ruanda.
Para as pioneiras, a quebra de tradição e a vinda da oportunidade não se resume a questão de buscar protagonismo ou questão de gênero.
‘’ Vou fazer todo o possível para realçar a beleza do futebol. Não me interessam nem o poder, nem o controle.’’, declarou Yamashita.
‘’Desde 2019 e do primeiro jogo que fiz na Supercopa da Europa, as árbitras fazem parte do panorama do futebol masculino. Já não é uma questão de gênero, mas sim de competência’’, revelou Stéphanie Frappart, em sequência afirmou que isso não anula o fato de ser marcante, e principalmente poder fazer isso em Catar, um país conhecido e criticado pelo papel reservado à mulher em sua sociedade. Frappart finaliza pontuando o ocorrido como uma inspiração para que mulheres arbitrem no país, acatando a posição de modelo para com as futuras gerações de árbitras.
Foto Destaque: Yoshimi Yamashita. Reprodução/J.League/Twitter