Através de um comunicado oficial emitido nesta quarta-feira, o V-Varen Nagasaki, do Japão, parece ter colocado em xeque a credibilidade do Santos em relação às negociações por Fábio Carille. Diferentemente do clima de acordo fechado que havia transparecido, até mesmo com o anúncio oficial do treinador feito pelo clube paulista, os japoneses afirmam não ter recebido nenhuma oferta pela transferência.
V-Varen Nagasaki alega não ter recebido proposta oficial
Empenhado em trazer Carille para a função de treinador, o Santos esbarrava no impasse financeiro para cobrir a multa rescisória que deveria ser paga ao V-Varen Nagasaki, time em que o profissional atuava. Depois do alvinegro anunciar oficialmente a contratação de Carille na tarde de ontem, indicando que as partes haviam se entendido, o clube japonês se manifestou criticamente sobre a situação na manhã desta quarta-feira (20).
Afirmando não ter recebido nenhuma proposta oficial do Santos por Carille, o V-Varen Nagasaki detalhou a sequência de fatos recentes que levaram ao desentendimento. Em uma linha temporal organizada no comunicado oficial do clube, os japoneses afirmaram ter assinado uma renovação com o treinador para a próxima temporada.
Também consta que, em dezembro, após o forte rumor das negociações contratuais com o Santos, Carille e sua comissão chegaram a reforçar a intenção de honrar o cumprido e treinar o Nagasaki.
O choque geral teria acontecido, portanto, no dia 19 de dezembro, quando Carille confirmou a intenção de assinar com o Santos. Em resposta, no mesmo dia, os japoneses alegam ter realizado uma teleconferência para se entender com o treinador, aguardando uma resposta definitiva no dia seguinte. Na manhã desta quarta-feira (20), foi realizada uma apresentação junto a coletiva de imprensa do treinador na Vila Belmiro. Nesse desarranjo, o Nagasaki afirma não ter recebido uma oferta oficial pela compra de Carille.
Carille foi apresentado formalmente e realizou uma entrevista coletiva na manhã de hoje (Foto: reprodução/GE/Bruno Giufrida)
Falando em nome de toda a instituição, presidente do Nagasaki, Asahito Takada, chegou a pedir desculpas pelo ocorrido, manifestando constrangimento na série de relatos que teria causado “ansiedade entre todos os envolvidos com o clube, incluindo, torcedores, apoiadores e empresas parceiras [...]”. Takada também comentou estar correndo contra o relógio para resolver a situação, reforçando que, “como clube, estamos perplexos com a situação repentina, mas faremos nosso melhor para confirmar os fatos, resolver a situação e as preocupações dos jogadores e funcionários [...]”.
Carille se pronuncia
Uma das pendências na negociação é a forma de pagamento da multa rescisória de Carille, avaliada em cerca de 7 milhões de reais. Perguntado sobre as declarações da nota oficial, o treinador disse que “nela (na nota), fala que eu comuniquei na segunda à noite. Tive uma conversa com o diretor. Na sequência, fizemos uma conferência com o dono do time, a quem sou muito grato pelo o que vivi lá. Passei sobre minha decisão, eles tentaram reverter propondo um contrato mais longo. Mas eu já tinha tomado a decisão.”
Também durante a entrevista coletiva, o técnico atribuiu a responsabilidade das negociações. “Quem cuidou da minha saída de lá é o presidente Marcelo e o meu empresário Paulo Pitombeira”, declarou.
Embora já tenha sido formalmente apresentado no Peixe, Carille não assinou o contrato oficial. Isso se deve ao fato de que Marcelo Teixeira, novo presidente do clube eleito recentemente, só pode assinar documentos a partir de janeiro.
Foto destaque: Lado a lado, Fábio Carille e Marcelo Teixeira estiveram juntos para falar sobre a contratação (Reprodução/Instagram/@marcelopteixeira)