100 anos depois, o Campeonato Mineiro pode ter um vice-campeão invicto. Caso o Atlético – detentor das vantagens do mando e do resultado por ter feito melhor campanha na fase inicial – empate os dois jogos da final, o América terminará o estadual com o 2° lugar e sem sofrer derrotas.
No maior torneio de Minas Gerais, essa seria a primeira vez desde 1923 que um vice encerraria a sua participação tendo permanecido invicto durante toda a competição – na edição do início do século passado, o Galo foi o clube a conseguir o feito.
O Campeonato Mineiro, um dos estaduais mais tradicionais do Brasil, ainda fazia parte das competições amadoras do futebol no país, que não havia se profissionalizado àquela altura. Em entrevista para o GE/Globo, o Dr. Marcus Lage, pesquisador, historiador e especialista do torneio de Minas, contou que a disputa se tornou profissional dez anos depois.
Em 1933, por uma iniciativa de alguns dos clubes de Belo Horizonte e adesão do Tupi (de Juiz de Fora) e do Villa Nova (de Nova Lima), a prática do futebol estadual foi regulamentada. No entanto, os atletas já eram remunerados pelas instituições antes desse período.
Campeonato Mineiro de 1923. (Foto/Reprodução/EM)
O vice-campeonato invicto de 1923
Na edição que marcou o oitavo dos dez títulos consecutivos conquistados pelo América – a série do decacampeonato começou em 1916 e terminou em 1925 –, a segunda metade do torneio foi interrompida e, posteriormente, anulada. Após a decisão do encerramento, que ocorreu em uma assembleia geral, o Coelho foi declarado o campeão.
Por ter feito a melhor campanha do turno inicial, com 11 pontos conquistados em cinco vitórias (o triunfo valia dois pontos) e um empate em seis partidas, o América se sagrou vencedor daquele ano. O Galo, dono da segunda colocação com três vitórias e três empates e que terminou dois pontos atrás do rival, ficou com o vice-campeonato invicto.
Foto destaque: Troféu do Campeonato Mineiro. Reprodução/O Tempo