A CBF convocou uma reunião virtual nesta terça-feira (05) com representantes de clubes da série A do Brasileirão e da Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol, Fenapaf, para apresentar novidades para o Campeonato Brasileiro de 2024, porém o assunto que tomou conta do encontro foi o do uso de gramados sintéticos no Brasil e o impacto no aumento de lesões e na performance dos times.
O representante da Fenapaf, Alfredo Sampaio foi o primeiro a levantar a questão e foi acompanhado pelo presidente do Fluminense Mario Bittencourt que em sua fala defendeu a proibição do uso de grama sintética em estádios brasileiros. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, foi contrária a fala do mandatário tricolor, juntamente com os representantes do Botafogo.
O que ficou decidido
Para esta edição do Campeonato Brasileiro os clubes fizeram um acordo que os clubes que detém a grama sintética em seus estádios, Botafogo, Palmeiras e Athletico, devem permitir que os times visitantes possam treinar um dia antes no estádio para se ambientar, nem que seja levemente, ao solo de jogo. O assunto não acabou por aí e a CBF prometeu encaminhar a uma empresa de consultoria internacional para dar um parecer técnico sobre o assunto.
Gramado natural x sintético
Para os representantes de Fluminense e São Paulo, que encabeçam as reclamações sobre o piso sintético nos estádios, o número de lesões de ligamentos tem sido maior em solo deste tipo, e afirmam que os times levam vantagem técnica por conhecerem melhor o gramado.
Já os representantes palmeirenses presentes, entre eles o capitão da equipe Gustavo Gomes, relembrou que o Palmeiras tem levado desvantagem quando atua contra Flamengo, Fluminense e São Paulo, em casa. Esses times têm mais vitórias no piso palmeirense do que quando o gramado era natural.
Os palmeirenses também afirmaram que não existe nenhuma comprovação cientifica de que haja aumento significativo de lesões em terrenos sintéticos, relembrando que o Palmeiras é o clube que menos tem lesões nos últimos três anos.
O Botafogo também se mostrou favorável a manutenção do gramado sintético (Foto: reprodução/X/@Botafogo)
O que diz a CBF
A Confederação Brasileira de Futebol, CBF, afirma que não tem como proibir o uso do gramado sintético já nesta temporada e que irá convocar uma empresa internacional para dar um parecer mais técnico sobre o assunto. O presidente Ednaldo afirmou que será amplamente debatido durante o ano o assunto.
A comissão de médicos da entidade demonstrou após estudos que os últimos relatórios internacionais sobre o tema não foram conclusivos. Entre os documentos apresentados aos clubes, um deles mostrou um aumento significativo de lesões em gramados naturais na Arábia Saudita, onde os gramados são 100% naturais.
Um outro relatório que foi mostrado pela comissão de médicos de um finlandês, que estudou várias partes do mundo, não mostrou aumento de lesões em gramados sintéticos, pelo contrário, diminuíram. Já um terceiro estudo revelado, mostrou que as lesões de ligamentos de joelho e de tornozelo tinham números bem parecidos.
A Comissão Nacional de Clubes da Séria A foi eleita e será composta por São Paulo, Fortaleza, Internacional, Fluminense e Atlético-GO. Esses clubes prometeram aumentar a discussão durante o ano, juntamente com os outros clubes que disputam o Campeonato Brasileiro da primeira divisão. A ideia é contratar uma empresa para dar um parecer e embasar a discussão do tema. Por enquanto, não haverá qualquer proibição à grama sintética.
Foto Destaque: clubes discutem proibição de gramado sintético no Brasil (Reprodução/Fabio Menotti/X/@Palmeiras)