O Botafogo viu, em poucos meses, um time quase imbatível se converter em uma equipe instável. Quem acompanhou o clube na temporada passada viu um Alvinegro entrosado e que vendeu caro as poucas derrotas que sofreu.
Não à toa, o time comandado por Artur Jorge ficou 16 jogos invictos na segunda metade do Brasileirão 2024. Após a derrota para o Juventude, no dia 11 de agosto, na terceira rodada do returno, o Botafogo não sofreu mais nenhum revés na competição e, em dezembro, sagrou-se Tricampeão Brasileiro.
Mais do que isso, após o resultado negativo em Caxias, o Alvinegro Carioca sofreu apenas 2 derrotas por todas as competições até o dia 11 de dezembro. Uma dessas derrotas ainda se converteu em classificação para a final da Libertadores, quando a equipe perdeu por 3 a 1 para o Penarol no jogo de volta da semifinal, após ter vencido os uruguaios por 5 a 0 na ida, no Nilton Santos.
Contudo, o cenário em 2025 se mostra totalmente oposto do que se esperava na virada do ano. A expectativa por manutenção de uma equipe sedenta por vitórias se frustrou e o Botafogo, com apenas um terço de partidas disputadas em relação à 2024 (25 jogos contra 75 no ano passado) já sofreu mais derrotas do que em toda a temporada anterior (14 contra 13).
Demora pelo treinador
Diversos fatores podem ser apontados como explicação para a queda vertiginosa de desempenho e resultados do Botafogo em 2025. Porém, a demora para a chegada de um novo técnico efetivo seja, talvez, o principal vetor dos insucessos que o clube vem tendo na atual temporada.
Renato Paiva foi anunciado apenas no dia 28 de fevereiro, logo após a derrota para o Racing na final da Recopa Sulamericana e a eliminação precoce no Campeonato Carioca. Durante as competições, o clube foi comandado pelos interinos Carlos Leiria e Cláudio Caçapa.
Contudo, o discurso de John Textor durante a apresentação do português foi de ignorar os primeiros meses do ano e, consequentemente, as primeiras competições. O empresário norte-americano disse não concordar com uma temporada de 11 meses, como acontece no Brasil, chamou as primeiras competições do ano de "Copas de Marketing" e afirmou estar à frente do planejamento em relação ao ano de 2024.
Renato Paiva
Após a chegada, o técnico português teve um mês exclusivo de treinamentos para treinar e preparar o Alvinegro para o Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Em sua estreia oficial, Paiva foi bastante elogiado após o empate contra o Palmeiras, em São Paulo.
Contudo, de lá para cá as atuações do Botafogo oscilaram e as críticas ao desempenho individual e coletivo do time aumentaram. A exceção dos jogos contra Fluminense e Capital, a equipe carioca enfrentou dificuldades para vencer e, quando saiu atrás nos jogos, não conseguiu reverter nenhum resultado (apenas buscou um empate contra o São Paulo, no Nilton Santos).
Outro ponto que preocupa a torcida é a fragilidade que o time demonstra nos jogos fora de casa. Longe do Rio de Janeiro, o Botafogo de Paiva ainda não conseguiu vencer (foram 5 derrotas e 1 empate). Além disso, o que agrava ainda mais a situação é o fato do Alvinegro sequer conseguir balançar as redes adversárias, atuando longe do Nilton Santos (nenhum gol marcado em 6 jogos).
Botafogo desembarca na Venezuela para duelo pela Libertadores (Vídeo: reprodução/YouTube/BotafogoTV)
Na próxima terça (06), o Botafogo vai até a Venezuela enfrentar o Carabobo em um jogo que pode ser decisivo para as pretensões de classificação para as oitavas-de-final da Libertadores. Atual campeão da competição, o Glorioso tem apenas uma vitória em três jogos (sobre justamente o time venezuelano, no Nilton Santos) e, para chegar nas duas últimas rodadas dependendo apenas de si, a equipe precisa no mínimo pontuar no Misael Delgado.
Foto destaque: Goleiro John em desembarque da delegação Alvinegra (Reprodução/X/Botafogo)