Sem poder mais provocar e tentar dispersar a atenção do jogador que realiza a cobrança, a atualização da regra em disputa de pênaltis tem gerado descontentamento entre os goleiros brasileiros. Conforme estabelece o novo texto da International Football Association Board (IFAB), órgão da Fifa responsável por regular as leis em campo de jogo, o goleiro não pode mais "se comportar de forma a distrair injustamente” o cobrador.
Em entrevista ao ge, o goleiro do São Paulo, Rafael Monteiro, apontou que a atualização da regra prejudica quem defende a rede e falha em estabelecer normas para os batedores, que podem ir devagar e até fazer a paradinha.
“Ali é um jogo mental. Eu acho que tem que ser realmente dentro de um limite, não pode retardar o jogo, mas também acho que a gente não pode ficar calado numa situação de só ficar parado”, disse. “Acho que vale essa provocação, esse jogo mental. É do jogo, é do esporte, achei que foi muito pesada essa nova regra, porque acaba limitando muito as ações dos goleiros”.
Com a atualização da regra, houve um aumento de 12,4% na eficácia dos batedores (Foto: Reprodução/Pixabay.com)
Outro goleiro que também se posicionou contrário ao novo texto foi Éverson Pires, que atua no Atlético-MG.
“O pênalti é um momento decisivo para o atacante, ele está ansioso para fazer o gol. Cada um usa da sua artimanha, desse jogo mental na penalidade. A gente só fica um pouco magoado, acho que posso usar essa palavra aqui, porque o goleiro não pode conversar com o atacante”, afirmou ao ge. “O atacante quando faz gol pode provocar o goleiro”.
Desde que a regra passou a valer, em 11 de abril, o aproveitamento dos batedores da Série A nas penalidades aumentou: enquanto os jogadores conseguiram apenas 75,8% de aproveitamento em 2022, a eficácia deles atingiu 88,2% somente no último mês, no qual foram realizados 34 pênaltis.
Foto Destaque: Reprodução/Pixabay.com