A atmosfera nada amistosa no dérbi entre Atlético-MG e Cruzeiro começou antes mesmo de a bola rolar no último domingo (22). No entanto, o saldo parece ter sido bem mais negativo para os atleticanos. Além da derrota para o rival e a depredação da Arena MRV, inaugurada em abril, o alvinegro precisou condenar publicamente as agressões sofridas pela família do lateral Guilherme Arana.
Familiares do lateral Guilherme Arana são agredidos por torcedores
Em rodada válida pelo Campeonato Brasileiro no último domingo (22), o Atlético-MG perdeu por 1 a 0 para seu maior rival, o Cruzeiro. No entanto, cenas lamentáveis de violência, antes e depois da partida, desviaram o foco do espetáculo esportivo, causando espanto em pessoas que nem sequer estavam envolvidas diretamente no jogo.
Segundo Gabriela Melchior, esposa do lateral esquerdo Guilherme Arana que estava acompanhada de seus dois filhos, um grupo de torcedores insatisfeitos proferiu ofensas, ameaças e deu até cusparadas em sua direção, como forma de protesto pela derrota.
Alguns torcedores também arremessaram copos e latas em sua direção. Ainda conforme o relato compartilhado em suas redes sociais, outras famílias também sofreram violências pelo grupo de torcedores do Atlético-MG. Gabriela afirmou ter deixado o local “tremendo”, e afirmou que os autores desses ataques “não representam” a torcida atleticana.
O clube se manifestou hoje (25) nas redes sociais repudiando as agressões e se solidarizando com a família de Arana.
Atlético-MG repudia violência contra a família de Arana no clássico de domingo. (Foto:Reprodução/X/@Atletico)
Clássico termina com saldo de vandalismo na Arena MRV
Depoimentos do CEO alvinegro Bruno Muzzi e do CEO celeste Gabriel Lima, publicados ontem (24) em reportagem no site da ESPN, indicam desentendimentos burocráticos sobre a realização da partida.
Na sexta-feira (20), após vistoria do Cruzeiro da Arena MRV, uma ata foi expedida solicitando que eventuais episódios de vandalismo fossem atribuídos ao Atlético-MG. O anfitrião pediu alteração no documento para ratificar imputabilidade a possíveis episódios de violência por parte da torcida adversária, se assim fosse necessário. Segundo a Federação Mineira de Futebol (FMF), o informe precisou ser modificado duas vezes por discordância entre os clubes.
Os clubes também se atritaram em relação aos ingressos. Dirigentes do Cruzeiro pleitearam carga de 15% para o setor visitante, pedido que o Atlético prontamente negou, alegando que seria praticamente o dobro da quantidade de torcedores visitantes que a Arena MRV vinha recebendo. Durante a realização da partida, torcedores do Cruzeiro se depararam com banheiros sem papel higiênico e cabines sanitárias sem as portas.
O imbróglio foi contemplado pelo CEO do Atétlico-MG, Bruno Muzzi, que reconheceu que o clube "passou do ponto".
No saldo das depredações do clássico, estão 285 cadeiras do estádio danificadas, todas as catracas do setor visitantes quebradas, câmeras roubadas, e pichações em áreas externas e internas do estádio. Em meio à confusão, Muzzi afirmou não saber quem arcará com as despesas.
Foto destaque: Arana com sua esposa, Gabriela, e o filho na Arena MRV. Reprodução/Instagram/@guiarana.