O Atlético-MG, de forma unânime, foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O julgamento foi realizado pela 5ª Comissão Disciplinar do STJD, nesta quarta-feira (27) na sede do tribunal, no Rio de Janeiro.
O Galo foi diretamente responsabilizado pelos atos de vandalismo dos torcedores durante a derrota para o Flamengo no jogo de volta da final da Copa do Brasil, no dia 10 de novembro, na Arena MRV.
Confusão na Arena MRV ao fim da Copa do Brasil foi julgado pelo STJD (Vídeo: Reprodução/Instagram/@btbsportsbr)
O julgamento
O procurador Felipe Corrêa citou em sua apresentação de caso os acontecimentos relatados em súmula pelo árbitro Raphael Claus. Felipe apontou o alto número de bombas jogadas em direção ao gramado da Arena e o caso do fotógrafo Nuremberg Faria, atingido por uma das bombas resultando em dedos e o tendão do pé afetados pela explosão.
A defesa do clube mineiro foi feita pelo advogado Gustavo Caputo, que pediu a absolvição do Galo no artigo 211, alegando não haver problemas de infraestrutura no estádio recém inaugurado. “Este artigo trata da tentativa de invasão. Não há problemas de estrutura, o clube tem todos os laudos técnico para a realização de jogos.”, disse Caputo.
Gustavo Caputo em entrevista ao final do julgamento desta quarta-feira (Foto: Reprodução/Itatiaia/Wellington Campos)
O advogado também tentou absolvição no artigo 213, tentando amenizar o entendimento da corte do STJD, Caputo reforçou ao dizer que o responsável por atirar a bomba ao gramado foi identificado e preso.
Ao fim, o relator Ramon Rocha votou pela absolvição no artigo 211 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Porém no artigo 213 o relator apontou que o clube é responsável pelos fatos que se sucederam ao final do jogo. Os auditores da corte votaram pela punição do clube mineiro nos artigos 213 e 243-G do CBJD e absolvição no artigo 211.
A punição
A perda de mando de campo por seis jogos foi estudada de maneira especial pelo STJD. A corte de justiça desportiva deu a punição para que três partidas fossem realizadas com portões fechados. Dois deles já aconteceram neste regime, Botafogo e Juventude, agora apenas o próximo jogo seria realizado sem a presença dos torcedores.
Para os outros três jogos foi sugerido que o Atlético-MG conte com apenas mulheres, idosos, crianças, adolescentes até 16 anos e pessoas com deficiência na arquibancada. A Arena MRV segue interditada pelo STJD, que voltará a deliberar sobre esta situação na quinta-feira (28), podendo liberar o Galo para jogar em sua casa.
Arena MRV pode ser liberada para jogos a partir de julgamento a ser realizado (Foto: Reprodução/Atlético/Pedro Souza)
Outras multas em dinheiro foram acrescidas na punição, sendo: R$ 174 mil reais pelo arremesso de bombas, copos e tentativa de invasão e mais R$ 20 mil reais por cantos homofóbicos da torcida do clube.
O Atlético-MG volta a campo pela final da Libertadores neste sábado (30), às 17 horas, contra o Botafogo.
Foto destaque: Advogado do Atlético-MG perante corte do STJD nesta quarta-feira (Reprodução/Itatiaia/Wellington Campos)